São Paulo, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Os games cresceram

Produção independente apoiada por grandes empresas e uso do corpo como controle estão entre as tendências da indústria de games

THEO AZEVEDO
ENVIADO ESPECIAL A SAN FRANCISCO

Como deter a indústria de games? O entretenimento eletrônico, que há tempos fatura mais do que a bilheteria dos cinemas norte-americanos, também já deixou a música para trás, de acordo com uma pesquisa do Jupiter Research.
Os maiores responsáveis por tamanho sucesso, os produtores de jogos, reuniram-se, na semana passada, em San Francisco, EUA, para discutir os rumos do setor, deixando claro que, cada vez mais, são os jogadores que dão as cartas.
Durante a GDC 2008 (Game Developers Conference), ficou clara a tendência de dar aos produtores independentes, e até mesmo aos jogadores, a oportunidade de morder uma fatia de um bolo bilionário.
No ano passado, segundo o NPD, a venda de jogos movimentou US$ 9,5 bilhões nos EUA, 27% a mais que em 2006. A venda de consoles foi de US$ 9,35 bilhões. As vendas de bilhetes de cinema cresceram 4% e chegaram a US$ 9,7 bilhões, de acordo com a Media by Numbers.
Agora, as principais fabricantes investem em ferramentas e serviços para democratizar a produção de games.

Criando em rede
A Microsoft, por exemplo, anunciou o XNA Creators Club, que vai permitir a distribuição de games desenvolvidos por qualquer pessoa, por meio do conjunto de ferramentas XNA, via Xbox Live, a rede on-line do Xbox 360. Os jogos podem ser desenvolvidos para o console, para o PC ou para o Zune, tocador de MP3 da companhia de Bill Gates.
Em resposta ao XNA, a Sony revelou o PhyreEngine, um software gratuito para desenvolver jogos. O programa inclui documentação completa, com mais de 70 exemplos práticos, dentre outros materiais para auxiliar em seu manuseio.
Já a Nintendo inaugura, em 12 de maio, nos Estados Unidos, o WiiWare, um serviço de vendas de jogos casuais para o Wii. Com isso, a Big N alcança seus concorrentes e passa a oferecer games de mecânica simples e preços camaradas, o que, por sinal, tem tudo a ver com a proposta do videogame.

No controle
A GDC 2008 também mostrou que a idéia de jogar com o velho conhecido joystick está ficando ultrapassada. Na busca por novas formas de interação, uma das iniciativas mais interessantes é o Epoc, da Emotiv, um sistema que permite jogar com o poder de mente, graças a sensores que são presos à cabeça do jogador, captando as ondas cerebrais e o próprio estado emocional, para reproduzir ações nos games.
É bem verdade que o Wii não foi o primeiro a utilizar um sensor de movimentos, mas, aparentemente, o console da Nintendo causou um efeito de popularização da alternativa, já que no pavilhão de exposições da feira havia várias empresas com produtos do gênero. O jogador, definitivamente, está no controle.


Texto Anterior: Acontece na internet
Próximo Texto: Consoles abrem espaço para "indies" e jogadores criarem
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.