São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2008

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Câmera esférica imita o olho humano

DA "TECHNOLOGY REVIEW"

As câmeras digitais atuais são fantásticas. Mas até as mais avançadas, quando comparadas ao olho humano, oferecem pouca praticidade e baixa qualidade.
Atualmente, pesquisadores da Universidade de Illinois (EUA) trabalham no desenvolvimento de uma câmera esférica. A partir da forma e do funcionamento do olho humano, criaram um circuito com superfície curva.
O sensor possui características semelhantes às dos olhos, como um largo campo de visão, que só de forma muito complexa poderia ser reproduzido em câmeras digitais, disse John Rogers, pesquisador responsável pelo projeto. "Um dos mecanismos mais importantes do olho humano encontra-se em sua membrana detectora, que não é plana como a superfície do chip digital."

À frente
Os dispositivos eletrônicos são construídos normalmente em chips planos e rígidos. Entretanto, na última década, engenheiros deram dois passos à frente: o primeiro, ao construir circuitos em folhas dobráveis.
O segundo, ao inserir circuitos de silício elástico a uma superfície de borracha.
O segredo da câmera esférica está em uma rede de sensores que, ao suportar uma curvatura de aproximadamente 50% de seu formato original sem se danificar, possibilita a remoção e a transferência da placa plana original para uma superfície de borracha.
A rede, composta por um conjunto de minúsculos quadrados de silício fotodetectores, unidas por meio de fitas ultrafinas de polímero e metal, é inicialmente construída sob uma placa de silício.
Depois, ela é removida por processo químico e transferida para um dispositivo de borracha. Na transferência, o dispositivo é esticado até se tornar plano e, quando a rede se adere, ele é recolocado na sua forma hemisférica natural.
Finalmente, a rede de sensores é conectada a um circuito que, por meio de um computador, controla a câmera.
A rede é revestida por uma lente de estrutura globular.
Nessa composição, a rede de sensores imita a retina do olho humano, e a lente, a córnea.
Segundo Rogers, o olho eletrônico, simples e compacto, tem emprego direto na indústria bélica, como tecnologia para gerar imagens de campo. E, quanto ao seu uso na área de implante de olhos, Rogers diz que, no momento, não participa de nenhuma pesquisa para tornar esse dispositivo biocompatível. Mas a possibilidade não está descartada.


Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS


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