São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 2000

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CURIOSIDADE
MIT quer utilizar o micro para entreter pássaro de estimação; pesquisa pode beneficiar crianças deficientes
Internet soluciona estresse de papagaio

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Não dá mais para saber quem está nas salas de bate-papo.
Junto a pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology), a professora Irene Pepperberg, da Universidade do Arizona, está ensinando o papagaio Arthur a usar o computador e a navegar na Internet.
"Papagaios são criaturas muito sociáveis", diz Pepperberg.
"As pessoas compram esses animais como bichos de estimação, brincam com eles de manhã e pela noite, mas os deixam sós, diariamente, por oito ou nove horas."
Segundo a pesquisadora, os papagaios ficam aborrecidos quando estão presos, começam a mastigar suas penas, a gritar ou a demonstrar outros problemas de comportamento. "Se eles tivessem algo para fazer, seriam mais felizes e menos agressivos", considera Pepperberg.
Benjamin Resner, estudante do MIT, teve a idéia de ensinar papagaios solitários a usar o micro para entrar na rede. E não é piada.
Susan Farlow, especialista em comportamento animal, acredita que isso poderia evitar que pássaros machucassem sua penugem nos momentos de aborrecimento e ansiedade. "Há um grande número de papagaios de estimação, e muitos deles têm disfunções de comportamento."
Até agora, ele não parece interessado em mais que bicar seus companheiros virtuais quando figuras de papagaios aparecem na tela. Mas Resner acredita que Arthur será capaz de jogar, conversar com outros papagaios em salas de bate-papo ou falar com seu dono pelo computador.
Junto a alguns estudantes do MIT, o pesquisador construiu para Arthur um controlador semelhante a um joystick. O papagaio insere o bico em um furo na parte superior do bastão e, então, movimenta-o em várias direções.
O próximo passo será desenvolver o que Pepperberg e Resner chamam de "InterPet Explorer", um navegador que incluiria sites que pudessem atrair Arthur e seus amigos papagaios, com músicas e vídeos que os levem a diferentes cenários da vida selvagem.
Resner, que desenvolvia software para crianças antes de chegar ao MIT, começou a trabalhar no projeto em agosto. Ele espera aproveitar os estudos com Arthur para criar novos meios de acesso à Internet para crianças deficientes.



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