São Paulo, Quarta-feira, 27 de Outubro de 1999
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TECNOLOGIA

Robôs conversam e fazem companhia

das agências internacionais

Pioneiro no desenvolvimento de robôs industriais, o Japão está fazendo com que indivíduos mecânicos andem e falem, tornando-os mais companheiros que domésticos.
"Antes, eles só trabalhavam", diz Fumio Kasagami, engenheiro de robótica da fabricante Daihen. "Agora, se comunicam."
Robôs vêm sendo usados nas linhas de produção do Japão desde os anos 70, cerca de dez anos depois de a tecnologia chegar dos EUA.
Em 1997, havia 710 mil robôs em uso no Japão, cerca de 60% do total mundial. Hoje, a maioria dos robôs em uso no mundo é fabricada lá.
Mas não são mais usados apenas em fábricas. Disputas entre robôs, por exemplo, viraram febre entre adolescentes.
Hitoshi Matsubara, pesquisador do Laboratório Nacional Eletrotécnico do Japão, prevê que, no futuro, os humanóides serão mais do que apenas enfermeiros ou domésticos. "Eles vão brincar e falar com a gente."
No Japão, isso não está tão longe. A Fundação para Ciência e Tecnologia anunciou um modelo de 1,95 m de altura capaz de dançar, batucar e aprender movimentos com câmeras nos olhos.
A Sony lançou um cachorro eletrônico programável, e também já há gatos computadorizados. Cientistas da Mitsubishi criaram o robô-peixe. E a Daihen lançou até um terminal que conta piadas em troca de dinheiro.
Os novos robôs geralmente saem de projetos voltados a aplicações mais sérias.
Masahito Fujita, do Departamento de Maquinaria Industrial do Ministério do Comércio japonês, diz que os robôs poderão ser capazes de realizar tarefas que hoje só humanos conseguem, como carregar peso para ajudar idosos e trabalhar em operações de resgate.
Os robôs estão ficando menores e mais específicos -do tamanho de uma formiga, para explorar canos e tubulações. E já são sensitivos o bastante para trabalhar com substâncias leves. "Existe até um modelo capaz de levantar um pedaço de tofu", diz Fujita.

Robô-engenheiro
Nos EUA, um robô da Brandeis University desenhou sozinho a planta de uma ponte de dois metros com peças de Lego.
"O computador recebeu instruções a respeito da natureza física do Lego", disse Jordan Pollock, professor de computação de Brandeis. Com algoritmos para conduzir processos de tentativa e erro baseados em propriedades do brinquedo, e com possibilidades infinitas de combinar resultados, o robô levou um dia e meio para desenhar a ponte. Quando Pollock e seus colegas a construíram, a estrutura pareceu razoável.


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