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Desfile on-line acelera ritmo das inovações
ESPECIAL PARA A FOLHA
Até o princípio do século 19, a
moda propunha um ritmo lento
de alterações no guarda-roupa,
permitindo que cada tendência
durasse, no mínimo, uma década,
como demonstra o Moda Almanaque (www.modaalmanaque.com.br), endereço certo para
quem deseja descobrir detalhes
da moda de diversas épocas.
Na era da internet, porém, as informações voam, estilos e modelos supostamente originais são rapidamente copiados, o gosto do
público é moldado e rearrumado
num brandir de agulhas.
Tudo começou com Yves Saint
Laurent. Não foi com a criação do
primeiro smoking feminino que o
estilista escandalizou os integrantes da Chambre Syndicale de la
Haute Couture (entidade sindical
ligada à alta-costura francesa).
Bem antes de aposentar as tesouras, Saint Laurent (www.ysl.com)
causou polêmica permitindo, pela primeira vez, a transmissão de
um desfile em tempo real. Em 10
de julho de 1996, pontualmente às
11 horas da manhã, os modelos de
sua coleção inverno 97 foram
apresentados no Fashion Live
(www.fashionlive.com). A cobertura on-line prévia incluiu entrevistas com a musa do estilista, Catherine Deneuve -o site histórico, hoje fora do ar, era o www.fashionlive.worldmedia.fr/YSL.
Pouco depois, o austríaco Helmut Lang (www.helmutlang.com) optou por realizar seu desfile exclusivamente via internet e
cancelou a passarela tradicional.
A atitude gera polêmica, que é
assim resumida por Ana Paula
Celso de Miranda, coordenadora
da "RecModa" (www.recmoda.com.br), revista virtual do Núcleo
de Negócios da Moda da Faculdade Boa Viagem, em Recife: "Se os
criadores de elite apresentam novos valores numa velocidade antes impensada, também sofrem
por fornecer agilidade à indústria
da cópia, que reproduz os modelos antes mesmo de eles serem
distribuídos aos pontos de venda
da grife que os concebeu. A democratização da informação acaba por diluir a surpresa".
(CG)
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