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ENTREVISTA
"Índios cada vez mais lutam por seus espaços"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Presidente da Thydêwá,
organização não-governamental responsável pelo
projeto de implantação do
portal indígena, o argentino
Sebastian Gerlic, 34, teve o
seu primeiro contato com
índios aos 13 anos, quando
ainda morava na Argentina.
"Foi uma visita turística a
uma aldeia", disse. Há dez
anos no Brasil, Gerlic já visitou mais de 15 aldeias. Ontem à tarde, o argentino falou à Agência Folha.
(LF)
Folha - Como o senhor vê a
realidade indígena brasileira?
Sebastian Gerlic - É uma
realidade de muito sofrimento. Desde 1500, quando
o Brasil foi descoberto, os índios são massacrados.
Folha - Existe omissão das
autoridades?
Gerlic - Claro que sim,
quem visita qualquer aldeia
no Brasil percebe a omissão.
A precariedade é muito
grande, os índios estão marginalizados, esquecidos.
Folha - Qual o futuro que o
senhor projeta para os índios
brasileiros?
Gerlic - Os índios ainda serão vistos pela sociedade como os mestres da ecologia,
os mestres do planejamento
familiar. A sociedade capitalista matou grande parte da
cultura indígena. Mas os índios sobreviveram ao massacre e estão lutando cada
vez mais por seus espaços.
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