São Paulo, quarta-feira, 28 de outubro de 2009

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reportagem de capa

Adolescente prefere rede social a e-mail

VELOCIDADE >> Para se manterem sempre conectados, mais jovens também optam por mensageiros instantâneos e SMS

Leonardo Wen/Folha Imagem
A estudante Luísa Jubilut, 15, prefere se comunicar por redes sociais e usa e-mail para enviar arquivos

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando quer conversar com amigos, resolver algum problema, tirar uma dúvida ou contar uma novidade, Luísa Jubilut, 15, gosta de rapidez. Por isso, deixa o e-mail de lado e opta por usar o Orkut, o Facebook ou o MSN Messenger.
"Pergunto alguma coisa, aperto o Enter e, no mesmo segundo, a pessoa responde", diz a aluna do primeiro ano no ensino médio. E-mail, para ela, só serve para enviar arquivos mais pesados, como fotografias. "Não é automático, então demoro muito para ter resposta."
Assim como Luísa, diversos adolescentes preferem atualizar seus status no Twitter ou compartilhar no Facebook para onde vão ou o que acharam da última prova da escola.
Pesquisa do Pew Internet & American Life Project aponta que o e-mail vem perdendo espaço para mensageiros instantâneos e SMS como forma de comunicação com os amigos.
"Os adolescentes estão bem menos enamorados com o e-mail e preferem se comunicar com os amigos por mensagem de texto e redes sociais. O e-mail é visto como uma ferramenta usada para se comunicar com "gente velha", como pais e professores", afirma em entrevista à Folha Mary Madden, pesquisadora do Pew Internet.
Para Madden, os adolescentes se valem da tecnologia para passar por uma fase bastante sociável de suas vidas. "É muito importante para eles se sentirem no circuito e não se desconectarem em nenhum momento. Mesmo quando não estão juntos, eles querem saber o que está acontecendo na vida de seus amigos."
Ela ressalta, ainda, que a internet funciona como um terceiro espaço para os adolescentes -sendo o primeiro a casa e o segundo, a escola. "A rede funciona como um lugar além, em que eles podem conversar, socializar e explorar suas identidades e relações, que estão em constante mudança."
O uso de e-mail entre adultos, no entanto, alcança uma porcentagem alta. Pesquisa feita pelo instituto em setembro aponta que 89% dos adultos enviam ou leem e-mail -e 58% fazem isso em um dia comum.
A estudante de relações públicas Fernanda Daprá, 21, é uma exceção. Ela só usa e-mail no trabalho. "E-mail pessoal eu abro de vez em nunca. Não gosto. É muito confuso, as pessoas mandam umas coisas que não têm nada a ver", diz. Ela prefere usar o Orkut, o Facebook e o Twitter. "Nas redes sociais, ninguém me manda corrente. É direto, mais rápido. Todo mundo é curioso. Chega um scrap, você vai olhar. E e-mail nem sempre você abre na hora", diz a estudante, que mantém seu perfil acessível apenas para amigos.
Segundo o Ibope Nielsen Online, adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos abrem 87 páginas de sites de e-mail por mês. Na faixa de 18 a 34 anos, cada usuário de e-mail abre no mês uma média de 514 páginas, o que mostra como o correio eletrônico recebe bem mais atenção entre os mais velhos.
No que diz respeito a redes sociais, a diferença é menor. Os adolescentes acessaram, em setembro, 877 páginas de redes sociais, enquanto os adultos fizeram isso 819 vezes. (DA)

MÚLTIPLAS CONVERSAS
O Nurphy (nurphy.com) se propõe a ser a forma mais fácil de manter uma conversa on-line com várias pessoas; o serviço funciona como uma mistura de e-mail, Twitter e mensageiro


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