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SEGURANÇA
Especialistas em segurança dizem que o Google Earth não traz riscos
Soft de mapas preocupa militares
KATIE HAFNER E SARITHA RAI
DO NEW YORK TIMES
No lançamento do Google Earth
(um soft gratuito que une imagens aéreas e imagens de satélite
com um serviço de mapas), seus
desenvolvedores enfatizaram que
o programa era uma ferramenta
de navegação útil para propósitos
educativos e divulgaram o valor
das fotos em alta resolução de locais como a Torre Eiffel, o Big Ben
e as pirâmides egípcias.
Desde a sua estréia, porém, o
Google Earth tem chamado a
atenção de um público inesperado. Oficiais de diversos países declararam ser contra o detalhamento das fotos de edifícios do
governo e de instalações militares.
O representante da Índia, país
cujas leis restringem duramente
as fotografias por satélite, foi um
dos mais francos em relação a essa questão. "Essa ferramenta pode comprometer severamente a
segurança da nação", disse V.S.
Ramamurthy, secretário do Departamento de Ciência e Tecnologia indiano. O representante do
exército do país, o major Gopal
Rao, vai além: "Eles nem mesmo
nos consultaram [para obter autorização para fotografar]".
Desconfianças semelhantes
apareceram em relatórios de outros países. As autoridades da Coréia do Sul temem que o Google
Earth possa descobrir detalhes estratégicos de suas instalações militares. Os tailandeses pretendem
pedir ao Google que bloqueie
imagens de prédios do governo
que tenham vulnerabilidades. E o
general Leonid Sazhin, do Serviço
de Segurança Federal da Rússia,
afirmou que "terroristas não precisam de um soft de reconhecimento de seus alvos e ainda assim
uma empresa norte-americana
está trabalhando para eles".
Até agora, entretanto, as autoridades têm pouco a fazer senão
protestar. O Google Earth representa um dos mais altos investimentos de um mundo digitalmente interligado, no qual informações que eram cuidadosamente guardadas são largamente disponíveis para qualquer computador pessoal.
Vários analistas em segurança
concordam que essa transparência excessiva e o desconforto que
ela proporciona são inevitáveis
conseqüências do poder e do alcance da internet.
Especialistas norte-americanos
de dentro e de fora do governo
normalmente concordam que
classificar o Google Earth como
uma ameaça parece ser um erro,
uma vez que as imagens exibidas
pelo soft podem ser adquiridas diretamente de empresas especializadas ou de outras fontes.
O serviço do Google licencia a
maioria de suas imagens de companhias como a DigitalGlobe.
"Eles não estão comprando imagens novas", explica o diretor da
Global Security, John Pike
(www.globalsecurity.org).
"O soft simplesmente está reorganizando fotos que já foram obtidas. Se elas fossem causar algo
perigoso, isso já teria acontecido",
diz Pike, cuja empresa também
dispõe de uma galeria de fotos tiradas por satélites.
Além disso, existem várias restrições legais nos EUA que proíbem que as empresas vendam fotos em alta resolução de áreas
problemáticas. Elas ainda exigem
que as imagens tenham um atraso
de pelo menos 24 horas para que
sejam comercializadas.
Tradução de Juliano Barreto
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