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Mulheres desafiam machismo
DA ASSOCIATED PRESS
No primeiro olhar, as garotas
do grupo Les Seules se parecem
com integrantes de uma banda de
rock formada por mulheres de
atitudes rebeldes.
Mas as suecas não tocam instrumentos. Elas competem em campeonatos de videogames. "Nós
queremos mostrar para o resto do
mundo que garotos e garotas podem jogar no mesmo nível", afirmou Louise Thomsen (que usa o
codinome AurorA) na convenção
DigitalLife, que durante quatro
dias discutiu temas relacionados a
tecnologia e entretenimento.
O nome do grupo significa algo
como "As Forasteiras", em francês, mas, no competitivo mundo
do jogo de tiroteio Counter-Strike, elas são bastante conhecidas
graças às suas apuradas técnicas
de combinação de metralhadoras
e granadas e também pela beleza
de suas integrantes.
"Isso já era previsto", disse
Thomsen sobre os seus fãs. "É um
universo dominado por homens.
Você deve se acostumar a bloquear esse tipo de assédio e se
concentrar no porquê você está lá.
Mas qualquer atenção extra ao esporte eletrônico é um bônus".
No início do ano, as Seules jogaram a divisão feminina da Copa
do Mundo de Esportes Eletrônicos, em Paris, e ficaram em quarto
lugar, chegando na frente de times de brasileiras e de norte-americanas. Agora elas se dizem prontas para ir além das partidas de
garotas contra garotas: querem
vencer em competições sem restrição de gênero, ainda dominadas por homens.
Com idades entre 16 e 25 anos,
as Seules também são conhecidas
como as Swedish Girls of Gaming
(garotas suecas dos games), apelido dado em uma reportagem da
"Sync Magazine", que em novembro trouxe um ensaio fotográfico
estrelado por elas, com roupas e
maquiagens no estilo dos anos 80.
"Parecia o Halloween", disse
Bystrom sobre a experiência.
A revista pagou uma viagem para Nova York para que as garotas
participassem de uma convenção
no Jacob K. Javits Convention
Center, que promoveu o lançamento da edição e competirem
com outros jogadores. Foi a primeira vez que elas visitaram a cidade. "É realmente grande", disse
a integrante Malin Ohman.
As reuniões de mulheres jovens
que jogam games on-line multijogador como CounterStrike começaram há cerca de três anos. Embora a maioria das Seules seja da
Suécia, as jogadoras do time estão
geograficamente divididas. "Nós
nos conhecemos on-line. Um
grande campeonato se aproximava e sobramos nas seleções dos times. Então nos juntamos", conta
Bystrom.
Rotina dura
As garotas levam sua jogatina
muito a sério. Têm treinador profissional, gerente e agenda de treinamentos semelhante à de atletas
olímpicos. Praticam por cerca de
cinco horas diárias, seis dias por
semana e ainda têm tempo para
trabalhar e estudar.
"Jogar com garotas é diferente.
Você pode conversar sobre qualquer coisa", disse Sofie Sandager
(que usa o codinome Zelena).
"Você pode criar ótimos relacionamentos fora dos jogos. Todo
mundo se entende. É como ter
novas irmãs".
As Les Seules são Thomsen, 24,
a líder não-oficial; Thelma Lundin, 20, a jogadora competitiva;
Bystrom, 20, a rebelde; Sandager,
18, a festeira; Ohman, 16, a atleta
séria; Anna Nordlander, 17, a
criança selvagem; e Emily Clewett, 25, a mais quieta.
Jogo sério
Atualmente, os jogadores (e jogadoras) mais habilidosos são patrocinados por empresas de informática ou fabricantes de games e
disputam campeonatos com prêmios milionários. Neste ano, o
vencedor do torneio CPL (Cyber-athlete Professional League), por
exemplo, embolsou US$ 100 mil.
A atividade também rende lucros expressivos para os jogadores da Coréia do Sul, onde 70% da
população tem conexão de alta
velocidade à internet e o ganho
anual dos melhores ciberatletas
ultrapassa os US$ 100 mil.
Tradução de Juliano Barreto
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