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Riaa ameaça até avô de internauta
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
A poderosa Riaa (Recording Industry of America Association), a
união das gravadoras de discos,
atirou a primeira pedra no computador de quem compartilha
música pela internet ao anunciar
que abrirá centenas de processos
judiciais contra indivíduos a partir do próximo mês. Segundp a
entidade, a livre distribuição de
música causa prejuízos de US$
300 milhões anuais (quase R$ 1 bilhão) para gravadoras e artistas.
Em abril, a entidade venceu
uma ação contra a gigante das telecomunicações Verizon, forçando a empresa a entregar as identidades de um grande número de
pessoas que trocaram arquivos
MP3 pela internet. Animada, a
união das gravadoras enviou intimações também a 871 provedores
de acesso à rede, universidades e
serviços de internet que de alguma forma facilitam o download
de programas de distribuição de
MP3 e a utilização em suas linhas
para troca livre das músicas.
Mas o primeiro revés público
veio na semana passada. O Boston College e o conceituadíssimo
MIT (Massachusetts Institute of
Technology) saíram em defesa
dos usuários e conseguiram reverter a ordem legal. Sob amparo
judicial, recusaram-se a revelar o
nome de estudantes que usam os
serviços de troca de MP3.
A Riaa pretende agora voltar
suas baterias contra os indivíduos. O sucesso recente de um
processo contra quatro jovens estudantes animou a organização
do disco e serviu como uma declaração de guerra aos "piratas".
"Com a ameaça de multa, alguns internautas de programas de
download parecem ter recuado.
Mas, com milhões de usuários
fiéis, programas como o KaZaA
não tendem a desaparecer em um
futuro próximo", diz um analista
de internet da Nielsen. A Sharman Networks, que administra o
KaZaA, diz que oscilações no número dos usuários são normais.
A Riaa, em sua caça a usuários
"infratores", promete não poupar
pais, avós nem simplesmente colegas de quarto que tenham um
computador e habilitem um alvo
de processo a baixar músicas gratuitamente da internet.
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