São Paulo, segunda, 14 de setembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RENDA FIXA
Muitos perderam dinheiro
Confira o ajuste feito no seu fundo

da Redação

Na útlima sexta-feira, dois importantes fundos administrados pela BB DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários do Banco do Brasil) perderam cerca de R$ 275 milhões. A cifra corresponde ao ajuste negativo feito nas cotas desses fundos. Isso aconteceu porque suas carteiras estão recheadas de títulos prefixados.
O fundo BB Empresarial 60 teve uma perda naquele dia de 3,42%, o que corresponde a uma variação negativa de 3.286,15% em relação à taxa de juro praticada na sexta-feira (CDI over). No BB Fix 60, a perda foi de 3,43%, com uma variação negativa, em relação à taxa de juro, de 3.289,93%.
"Fizemos a correção no preço do papel e, agora, os títulos passam a acompanhar as taxas do mercado", diz Sérgio Mamede, executivo do time de administradores de recursos da BB DTVM. Por isso, ele diz que os cotistas desses fundos terão suas perdas compensadas a partir dos próximos dias, com alta dos juros.
"Resgatar neste momento seria um erro, porque o investidor vai perder em rentabilidade, além de ter de pagar CPMF", diz Mamede.
Sem dúvida, foi uma das maiores perdas do mercado e deve estar refletindo uma concentração alta em papéis prefixados de longo prazo (quanto maior o prazo, maiores as perdas). Mas não deve ser a única. Outros fundos também mantinham em carteira papéis prefixados e têm de ajustar suas cotas a valor de mercado.

O autêntico DI

Hoje é um bom dia para o investidor verificar se o seu FIF DI estava, de fato, atrelado à variação diária das taxas de juro. Na semana passada, a alta de juros provocou uma correção na cota dos fundos que estavam prefixados. Essa correção começou a ser feita na quarta-feira, refletindo a alta de terça, e foi mais forte na sexta, com a alta anunciada pelo governo no final da noite de quinta.
"Esta é a hora de checar se o fundo DI era DI mesmo", diz Vitor Duarte, administrador de fundos do Banco Bozano, Simonsen.
Na tabela ao lado, você poderá observar como alguns fundos reagiram, até o dia 10, à alta das taxas de juro da semana passada. Poucos bancos, entre eles o BB, divulgaram a cota do dia 11 na própria sexta-feira.
Os fundos que fizeram ajustes negativos da cota tinham em sua carteira títulos prefixados e não pós-fixados. Portanto, não eram os chamados FIFs DI, que protegem contra as oscilações das taxas de juro.
Não há nada de errado em se manter papéis prefixados em carteira, se essa é a filosofia de gestão do fundo, que tem de estar necessariamente especificada no seu regulamento.
O grave é se o investidor procurou um FIF DI para se proteger de oscilações de taxas e seu administrador optou por correr esse risco. Se esse é o caso, reavalie o seu administrador. Lembre-se que o regulamento funciona como um cheque em branco, assinado por você.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.