da Redação

O Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) acumula, neste mês, uma alta de 22%. Em dólar, os ganhos do Ibovespa chegam a 42%. A explicação para a diferença está no fato de que o dólar médio teve uma desvalorização, no período, de 14%.
Trata-se de um ganho excepcional, mas, acreditam os analistas, pode ser só o começo. Para eles, neste ano, o mercado poderá recuperar o prejuízo acumulado ao longo de quase dois anos.
"O risco da balança de pagamentos acabou", diz Luis Eduardo de Assis, diretor do HSBC Asset Management. "Agora, a crise é a recessão", acrescenta.
A queda do nível da atividade econômica levará algumas empresas a apresentar, neste ano, resultados esquálidos. Muitos analistas, no entanto, acreditam que o impacto dessas perdas no preço das ações das empresas já se deu.
Por isso, assim como os investidores anteciparam a recessão, provocando uma queda no preço das ações, a Bolsa também deverá reagir primeiro, antecipando a recuperação do nível da atividade econômica.
Todo ganho acumulado, este ano, pelo Ibovespa, que chega a 60,2% (o dólar, no mesmo período, acumula uma alta de 47%), foi impulsionado por investimentos brasileiros. Investidores estrangeiros de fato (e não os brasileiros repatriando capital) deverão engrossar, a partir das próximas semanas, o fluxo de dinheiro para os pregões. Esses recursos, acreditam analistas, deverão dar novo impulso ao Ibovespa.
O índice, que reflete o desempenho dos 57 papéis mais negociados da Bolsa, chegou, na última sexta-feira, a 10.865 pontos. Para alcançar seu melhor momento nos últimos anos, precisaria ainda se valorizar 25%. Nesse caso, chegaria aos 13.617 pontos, o mesmo patamar que foi negociado em julho de 97.
Desde então, o mercado de ações começou a sofrer com a crise deflagrada pelos mercados asiáticos. A forte volatilidade (oscilação), nesses quase dois anos, fez desse mercado um foco de incerteza para investidores.
Analistas acreditam que os investidores mais agressivos, que entraram no mercado quando o cenário estava mais nebuloso, conseguiram comprar ações a preços mais baixos. Mas acreditam que as ações ainda estão baratas e você pode considerar a possibilidade de aportar parte de suas economias para essas aplicações.
Observe, contudo, que, mesmo em momentos mais favoráveis, as regras para investir no mercado de ações devem ser sempre seguidas: aplique apenas uma parcela de suas economias, e, mesmo assim, apenas o dinheiro que você não precisará no curto prazo.



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