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MERCADOS
País vive um clima de otimismo que favorece as ações, mas analise com cautela
Avalie sua carteira durante a trégua
MARA LUQUET
Editora do Folhainvest
Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, tentava acalmar o mercado, o que já se tornou
uma rotina em sua vida. Só que,
desta vez, o ministro criticou o otimismo apressado que está tomando conta do mercado.
A julgar pelo comportamento,
neste mês, da Bolsa, do dólar e dos
mercados futuros, a crise ficou para os historiadores. Mas não é bem
assim, como advertiu Malan a uma
platéia de banqueiros no Rio. Para
ele, a situação de turbulência permanecerá ainda pelos próximos
meses. Somente no segundo semestre é que deverá haver uma recuperação consistente.
Neste mês, o Ibovespa (Índice da
Bolsa de Valores de São Paulo)
acumula uma alta de 22%. Em dólar, a alta do Ibovespa chega a 42%.
Isso porque o dólar vem apresentando quedas expressivas neste
mês. Na média, o dólar amarga
uma queda de 14% e o ouro, de
15%. São mercados nervosos, de
maior risco, e sua queda reflete
uma melhora na percepção do risco brasileiro.
"Os investidores podem se desfazer de suas aplicações em dólares,
pois dificilmente teremos uma
pressão no câmbio nas proporções
de janeiro", diz Antônio Costa, sócio da Oryx Asset Management.
Os fundos cambiais apresentam,
na média, uma perda de 10,26%,
enquanto os principais fundos de
renda fixa distribuídos ao varejo
apresentam, no período, um ganho de 2,44%. "Estamos vivendo
uma trégua que se estenderá pelos
próximos 120 dias", acredita Costa. Para ele, há condições atualmente para direcionar parte das
aplicações para opções mais rentáveis (e de maior risco). Uma boa
alternativa é aproveitar a queda
nas taxas de juro, que deve prosseguir, e alocar uma fatia de suas
economias em fundos conservadores e moderados.
Luis Eduardo de Assis, diretor do
HSBC Asset Management, observa
que, mesmo com a alta expressiva
do Ibovespa, neste mês, o mercado
de ações ainda deve ser considerado uma boa opção de investimentos este ano. A alta observada no
preço das ações foi impulsionada
apenas por dinheiro de brasileiros,
na avaliação de Assis. Mesmo os
dólares que entraram na Bolsa este
mês correspondem a uma repatriação de capital, em sua maioria.
O dinheiro do investidor efetivamente estrangeiro deverá chegar
nas próximas semanas e a expectativa é que servirá como um combustível valioso para a valorização
do Ibovespa. "Esse dinheiro poderá garantir ganhos importantes
para as ações", diz Assis.
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