São Paulo, domingo, 1 de março de 1998

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Magnum foi criada em 1947

ADRIANA ZEHBRAUSKAS
Repórter fotográfica

Em 22 de maio de 1947, dois anos após o fim da Segunda Guerra, a Magnum Photos Inc., agência de maior prestígio do mundo, foi fundada em Nova York pelos fotógrafos Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, George Rodger e David Seymour, mais William e Rita Vandivert. Depois de meio século, ela permanece como sinônimo de excelência e designa um seleto grupo de fotógrafos reconhecidos internacionalmente pela altíssima qualidade de seus trabalhos.
Os anos 50 marcaram tragicamente a história da agência. Em 54, Capa morreu ao pisar numa mina no Vietnã e Werner Bischof perdeu a vida soterrado pela neve nos Andes peruanos. Em 56, David Seymour foi morto com um tiro de metralhadora no canal de Suez. Muitos acreditam que a agência sobreviveu somente pelo desejo de perpetuar a memória dos que morreram.
Ainda hoje, o equilíbrio entre jornalismo e arte define a Magnum. Cada fotógrafo deve se manter fiel ao princípio estabelecido pelos fundadores: respeito à individualidade e visão pessoal e interpretativa dos fatos. O que unifica o trabalho dos diferentes fotógrafos é a concepção de jornalismo e o olhar essencialmente humanista com que enxergam e apresentam o mundo.
A Magnum foi criada com duas diferenças básicas em relação às outras agências: era uma cooperativa de fotógrafos acionários, cujos presidentes estimulavam, ao invés de imporem, as idéias dos fotógrafos. Os direitos autorais seriam propriedade dos fotógrafos e não das publicações em que seriam veiculadas as imagens.
Tornar-se um membro da Magnum não é simples. O aspirante deve trabalhar sob o acompanhamento de um fotógrafo membro por um período de teste que dura em média dois anos. Só então ele poderá ser eleito associado, devendo trabalhar para a agência em tempo integral. Após mais dois anos, poderá atingir a categoria de co-acionário, tendo direito a uma parte igual à dos demais membros. Pode acontecer, entretanto, de um fotógrafo ser recusado, mesmo depois de ter passado pelas etapas de nomeado e associado.
A Magnum conta também com colaboradores, fotógrafos que atuam há mais de 25 anos como membros da agência, mas que optaram por não serem acionistas.
Por fim, os correspondentes -caso de Miguel Rio Branco, único brasileiro hoje na agência, depois da saída de Sebastião Salgado, em 1994- são fotógrafos que realizam projetos em parceria com a Magnum, mas não trabalham exclusivamente para o grupo.



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