São Paulo, Domingo, 02 de Janeiro de 2000


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Os dez mais!

A Terra Desolada (The Waste Land), de T.S. Eliot (1888-1965) - Nascido nos EUA, Eliot se sentia culturalmente ligado à Europa, tendo morado em Londres a maior parte da vida. Além de poeta, foi ensaísta e dramaturgo, tendo recebido o Nobel em 1948. No ano de 1922 publicou este poema-marco da literatura do século, em que constrói uma cerrada rede de referências à tradição literária européia na descrição de um continente devastado por um processo de desagregação que vinha desde o Renascimento. "Poesia", trad. de Ivan Junqueira, Nova Fronteira, R$ 24,00.

Tabacaria, de Fernando Pessoa (1888-1935), sob o heterônimo de Álvaro de Campos - O poeta português é autor da mais original criação poética deste século, a heteronímia, ou seja, a criação de múltiplas personalidades poéticas com vida pessoal e espiritual própria. Campos é, segundo Pessoa, um engenheiro formado em Glasgow (Inglaterra). Vivendo integralmente os conflitos da modernidade, é o mais inquieto e exaltado dos heterônimos. "Obra Poética", Nova Aguilar, R$ 64,00; "Ficções do Interlúdio", Companhia das Letras, R$ 25,00.

O Cemitério Marinho (Le Cimetière Marin), de Paul Valéry (1871-1945) - Valéry foi grande ensaísta e se via sobretudo como um homem devotado à inteligência. Daí viria sua relação tensa com a poesia que o tornaria um "poeta-não poeta", na expressão de Augusto de Campos. "Cemitério Marinho" é a prova cabal do acerto de um de seus aforismos, que diz que poema é aquilo que não pode ser resumido. "O Cemitério Marinho", trad. de Jorge Wanderley, Max Limonad.

Velejando para Bizâncio (Sailing to Byzantium), de William Butler Yeats (1865-1939) - O poeta e autor teatral irlandês recebeu o Nobel de 1923. Da plena maturidade são seus poemas mais citados, como este "Velejando para Bizâncio", no qual a velhice e a morte, confrontadas com a permanência da arte, se vêem transfiguradas num espaço mítico além da vida. "W.B. Yeats - Poemas", trad. de Paulo Vizioli, Companhia das Letras, R$ 20,00.

Hugh Selwin Mauberley, de Ezra Pound (1885-1972) - Este poema escrito em 1920 é o trabalho longo de leitura mais fluente do autor, já que é em grande parte escrito em forma mais tradicional e tem um eixo narrativo claro, o dos descaminhos do poeta americano E.P. e de seu duplo britânico, Mauberley, ameaçados de esterilidade artística. "Poesia", trad. de Augusto de Campos, Hucitec, R$ 26,50.

Pranto por Ignacio Sánchez Mejías (Llanto por Ignacio Sánchez Mejías), de Federico García Lorca (1899-1936) -Lorca foi tanto o poeta popular do "Romanceiro Gitano" (1928) quanto aquele que se horrorizou, fascinado, diante da metrópole, em "O Poeta em Nova York", publicado postumamente em 1940. Foi assassinado aos 38 anos pelos franquistas no início da Guerra Civil Espanhola. "Obra Poética", trad. de William Agel de Mello, Martins Fontes, R$ 39,80.

Elegias de Duíno (Duineser Elegien), de Rainer Maria Rilke (1875-1926) - Nascido em Praga, levou uma vida aristocrática, patrocinado pela nobreza européia. As "Elegias de Duíno" emprestam seu nome do castelo próximo a Trieste onde começaram a ser compostas nos anos de 1910-1912. Só foram concluídas mais de dez anos depois. "Elegias de Duíno", trad. de José Paulo Paes, Companhia das Letras, R$ 21,00.

À Espera dos Bárbaros, de Konstantinos Kaváfis (1863-1933) - O mais importante poeta grego deste século nasceu em Alexandria, no Egito, e morou na Inglaterra. Em "À Espera dos Bárbaros", poema ao mesmo tempo político e ontológico, aparece a figuração de um espaço em que nada se faz porque os bárbaros atacarão. "Poemas", trad. de José Paulo Paes, Nova Fronteira, R$ 21,00.

Zona (Zone), de Guillaume Apollinaire (1880-1918) - Poeta francês e patriota, apesar de nascido em Roma, teve uma biografia acidentada, que inclui participação voluntária como soldado na Primeira Guerra. Em "Zona" (1913), Apollinaire elimina a pontuação e cria um ritmo nervoso; abole o eu e faz um canto de louvor à modernidade. "Alcools", Gallimard, 34 francos.

10º Mensagem, de Fernando Pessoa (1888-1935) - Pessoa ele mesmo nasceu em Lisboa e passou seus anos de formação na África do Sul. Dos vários livros projetados e até efetivamente escritos por ele, "Mensagem" (1934) foi o único publicado em vida. "Obra Poética", Nova Aguilar, R$ 64,00; "Mensagem", Companhia das Letras, R$ 16,50.

11º A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock (The Love Song of J. Alfred Prufrock), de T. S. Eliot (1888-1965) - Publicado pela primeira vez em 1915 numa revista literária de Chicago, abriria o primeiro livro de Eliot, de 1917. "Poesia", trad. de Ivan Junqueira, Nova Fronteira, R$ 24,00.



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