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CONTRA O MUNDO, CONTRA A VIDA
O livro mais esperado deste ano na França, lançado em agosto, foi de Michel Houellebecq. "La Possibilité d'une Île" (A Possibilidade de uma Ilha, Fayard, 485 págs.,
22 - R$ 59) foi manchete nas principais publicações da imprensa francesa. Para o jornal "Le Monde", é "sem dúvida o mais
bem acabado de todos os seus romances".
O livro é um híbrido de ficção científica e
crônica moral da sociedade, uma fantasia
que aborda a clonagem humana e especula
sobre o destino da humanidade. Dois mil
anos no futuro, vivem Daniel24 e Daniel25, os clones de Daniel1. Este, o personagem principal, é um autor que ficou rico
escrevendo histórias anti-semitas, misóginas e anti-árabes.
O livro aborda temas que já apareciam
nos primeiros romances de Houellebecq,
como a oposição entre ciência e espiritualidade e a exploração do lado mercantilista
do sexo. Seu primeiro romance, "Extensão
do Domínio da Luta", de 1994, lançado no
Brasil pela ed. Sulina, aborda a decadência
e o isolamento dos indivíduos nas sociedades de massa. Seu segundo romance, "Partículas Elementares" (Sulina), publicado
em 1998, provocou polêmica e foi traduzido para 30 línguas. O livro é uma fábula
cientificista pontilhada de comentários de
ciência -da física quântica à biologia molecular.
"Plataforma", publicado pouco antes de
11 de setembro de 2001, termina com um
atentado terrorista praticado por muçulmanos fanáticos. O livro foi acusado de fazer uma apologia do turismo sexual e retrata dois operadores do mercado de turismo que apostam na sistematização do turismo sexual. Trocam as gincanas à beira
da piscina e os passeios ecológicos dos resorts de luxo pela liberação da prostituição. O livro causou forte reação de entidades contra a prostituição e a pedofilia.
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