São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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Franz Boas

O triunfo da sociopsicologia

E m junho de 1883, Franz Boas (1858-1942) embarcou na escuna de pesquisa polar Germania, a caminho da península Cumberland, na Terra de Baffin [no norte do Canadá].
Antes de embarcar para o Ártico, leu muito sobre a cultura esquimó e estudou a língua desse povo, pois pretendia coletar material geográfico e etnográfico. Não lhe faltaram motivos para comprazer-se com as pesquisas geográficas concluídas em 1884, pois corrigiu alguns conceitos equivocados sobre a Terra de Baffin e declarou a existência de dois grandes lagos (e não um) em seu interior.
Mapeou cerca de 250 milhas ao longo da costa, em geral com muito desconforto e risco de vida. A expedição revelou-se crucial para Boas decidir-se pela antropologia, pois não só o levou a admirar o povo local como o fez descobrir, por experiência, que os elementos geográficos não eram os principais determinantes do comportamento humano. Era preciso buscar esses determinantes em outro lugar. Boas resolveu seguir os passos de Bastian e concentrar-se nos processos mentais. [...]

Trabalho de campo
Boas estava na vanguarda entre aqueles que reconheciam que a questão fundamental da investigação científica social era compreender o que os indivíduos experimentam e aprendem como membros de uma sociedade e que a chave para a conduta humana estava nos processos sociopsicológicos -e não nas tendências psicológicas humanas comuns, como sustentavam os evolucionistas, ao reconstruírem os estágios de desenvolvimento cultural.
O trabalho de campo lhe havia persuadido de que os processos sociopsicológicos que associavam os homens primitivos à tradição social pouco diferiam daqueles experimentados pelos cidadãos civilizados. Por volta de 1930, duas alunas suas, Ruth Benedict e Margaret Mead, seriam pioneiras no estudo do papel da cultura no desenvolvimento de tipos únicos de personalidade.


Trecho do verbete escrito por Fred M. Voget .


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