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Franz Boas
O triunfo da sociopsicologia
E
m junho de 1883, Franz
Boas (1858-1942) embarcou na escuna de pesquisa polar Germania, a caminho
da península Cumberland, na
Terra de Baffin [no norte do
Canadá].
Antes de embarcar para o Ártico, leu muito sobre a cultura
esquimó e estudou a língua
desse povo, pois pretendia coletar material geográfico e etnográfico. Não lhe faltaram
motivos para comprazer-se
com as pesquisas geográficas
concluídas em 1884, pois corrigiu alguns conceitos equivocados sobre a Terra de Baffin e
declarou a existência de dois
grandes lagos (e não um) em
seu interior.
Mapeou cerca de 250 milhas
ao longo da costa, em geral com
muito desconforto e risco de
vida. A expedição revelou-se
crucial para Boas decidir-se pela antropologia, pois não só o
levou a admirar o povo local como o fez descobrir, por experiência, que os elementos geográficos não eram os principais
determinantes do comportamento humano.
Era preciso buscar esses determinantes em outro lugar.
Boas resolveu seguir os passos
de Bastian e concentrar-se nos
processos mentais. [...]
Trabalho de campo
Boas estava na vanguarda entre aqueles que reconheciam
que a questão fundamental da
investigação científica social
era compreender o que os indivíduos experimentam e aprendem como membros de uma
sociedade e que a chave para a
conduta humana estava nos
processos sociopsicológicos -e
não nas tendências psicológicas humanas comuns, como
sustentavam os evolucionistas,
ao reconstruírem os estágios de
desenvolvimento cultural.
O trabalho de campo lhe havia persuadido de que os processos sociopsicológicos que
associavam os homens primitivos à tradição social pouco diferiam daqueles experimentados
pelos cidadãos civilizados.
Por volta de 1930, duas alunas suas, Ruth Benedict e Margaret Mead, seriam pioneiras
no estudo do papel da cultura
no desenvolvimento de tipos
únicos de personalidade.
Trecho do verbete escrito por Fred M. Voget .
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