CARLOS ALBERTO RICCELLI
ESPECIAL PARA A FOLHA

A ssisti a uma sessão de "Profissão: Repórter" em que um dos roteiristas do filme, Peter Wollen, dizia o quanto o filme de Antonioni era diferente do que havia imaginado quando escreveu. Não conseguia esconder sua decepção. Ainda bem! Perdemos um thriller e ganhamos um dos mais importantes filmes do cinema. Longe de ser parado, como todo o cinema de Antonioni, nos deixa em permanente suspense com suas poucas palavras e imagens extraordinárias. Sem manipulação. Existencial. Uma sensação maravilhosa e assustadora de pertencer a um mundo belo, mas inexplicável.