São Paulo, domingo, 03 de junho de 2001

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Uma boa nova para pesquisadores. O Projeto Lusodat, coordenado pelo professor da Unicamp Roberto de Andrade Martins, está criando uma preciosa base de dados dedicada a obras científicas, brasileiras e portuguesas, editadas entre o século 15 e 1900. O site já pode ser consultado (www.ifi.unicamp.br/ghtc/lusodat.htm) e deverá chegar a 100 mil títulos.

Que tipo de livro está sendo catalogado?
Publicações científicas e técnicas: medicina, engenharia, zoologia, astronomia, física, geografia, psicologia etc. É mais fácil dizer o que não estamos buscando: obras literárias, religiosas, políticas ou jurídicas. O projeto não abrange apenas livros, mas também folhetos, artigos de revistas, mapas e manuscritos.
Quais os principais acervos consultados?
As duas bibliotecas que possuem mais material para o nosso trabalho são as Bibliotecas Nacionais do Rio de Janeiro e de Lisboa. O Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Portugal) e o Arquivo Nacional (RJ) também possuem um enorme número de documentos importantes. Coletamos informações em muitos lugares, como a Universidade de Coimbra, Bibliotecas Públicas do Porto e de Évora e Academia das Ciências de Lisboa. Há material muito importante no Gabinete Português de Leitura, no Instituto Histórico e Geográfico e outras instituições antigas.
O projeto descobriu documentos perdidos?
Nosso objetivo não é exatamente encontrar raridades, mas sim fazer um levantamento sistemático de toda a produção científica e técnica portuguesa e brasileira antiga. Ao desenvolver esse trabalho encontramos obras que nunca foram citadas, como teses do século 18 sobre lógica, filosofia e física, que eram impressas em poucas cópias e por isso desapareciam facilmente. Os exemplares que encontramos haviam sido coletados pelo maior bibliógrafo português da época, Diogo Barbosa Machado. Esse material veio para o Brasil em 1808 com a família real portuguesa e acabou ficando por aqui. Não existem cópias em Portugal nem em outros lugares.


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