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JOYCE PASCOWITCH
Holofote
Especialista em sociologia da
cultura brasileira, Waldenyr
Caldas (foto) é professor e vice-diretor da Escola de Comunicação e Artes da USP. Em seu livro
"Uma Utopia do Gosto", ele discute questões como popularidade e fama. Para ele, todo mundo
tem um desejo, mesmo que inconfesso, de ser famoso: "No
fundo, toda fama sempre será
bem-vinda". A dificuldade está
em lidar com ela. O professor
analisa ainda os casos em que o
sucesso é pim-pam-pum, tipo
Tiazinha, o fenômeno mais potente dos últimos tempos. Ele
acredita que tamanho frisson
não dure muito, porque é fabricado, e diz que manter a tal da fama é bem mais difícil que chegar
lá -nesse caso, talento e mérito
no trabalho são, quase sempre,
determinantes.
Poder, fama ou dinheiro?
Três palavras que unem sucesso e
ostracismo.
Que egotrip não tem volta?
A arrogância -aliás, emburrece.
A fama vale quanto custa?
Vale sempre muito menos.
Qual o caminho mais curto para
chegar lá?
Espontaneidade e competência.
Quem não merece pisar na
calçada da fama?
Hanna Garib, ACM, Vicente Viscome, entre outros...
E quem precisa baixar a bola?
Wanderley Luxemburgo, sofrível
e prepotente.
Quando a exposição não vale
mais a pena?
Quando não se tem mais o que
dizer.
Qual a pior projeção?
Aquela que mancha a dignidade.
Onde a coisa pega?
Quando ferem a vaidade do ególatra.
As aparências enganam?
Não, nós é que nos deixamos enganar -ou quase.
Fama inflama?
Só os despreparados para recebê-la.
O céu é o limite?
Jamais -e o que existe depois do
buraco negro?
Como manter o fio terra?
É preciso ser sensato: não se pode
ganhar todas.
Harpa
Algumas marocas mais abastadas de São Paulo estão tentando
se acalmar -e se preparar para
os próximos tempos- de uma
maneira nova:
Elas estão se "evangelizando".
Elas costumam se reunir todas
as semanas no château de uma
delas, sempre em torno da pastora Ivone, que costuma ler trechos
da "Bíblia" -e depois conversa
com cada uma em particular sobre os temas responsáveis pelas
aflições.
Babosa
Brasília também quer dar uma
contribuição às comemorações
dos 500 Anos do Descobrimento.
O governador Joaquim Roriz
encomendou ao arquiteto Oscar
Niemeyer o projeto de um centro
cultural, de 20 mil metros quadrados, com teatros, cinemas, biblioteca para 100 mil volumes,
salas de exposições e galerias de
arte.
Com verbas do governo do Distrito Federal, o lugar foi batizado
de Instituto Brasil -e deve ser
inaugurado ano que vem.
Seda
Já virou item de colecionador a
edição da "Harper's Bazaar" em
homenagem a Liz Tilberis, a todo-poderosa editora-chefe, que
morreu vítima de câncer.
Uma série de anúncios, todos
em memória à profissional e em
benefício de institutos de estudos
ligados à doença, dão o tom especial ao tributo.
LOUCURAS DE INVERNO
CENÁRIO Na linha veja-antes-que-acabe: os mais
aventureiros ainda podem
conhecer a região de Três
Gargantas, na China, antes
que a maior represa de
hidrelétrica do mundo
alague os espetaculares
vales da parte superior do
rio Yang-Tsé
CABEÇA Depois de ter
feito a cabeça de muita
gente boa, tem frequentado
o criado-mudo do ministro
Celso Lafer o livro "Inveja
-Mal Secreto", de Zuenir
Ventura
PERFORMANCE Fazer um
tour literário pelo interior
da Inglaterra, passando por
lugares como a casa de
Virginia Woolf e a cidade
natal de D.H. Lawrence
-com direito a parada para
compras em Hay on Wye,
capital mundial do livro
usado
TRILHA SONORA A
fotógrafa Márcia Ramalho
anda no embalo da banda
Counting Crows, no CD
"Recovering the Satellites"
AVENTAL Um tradicional
mingau de fubá é a receita
de Lauriza Mendes para
esquentar a conversa nas
noites de sua fazenda, em
Sabará, Minas: em fogo
médio, torrar quatro
colheres de fubá sobre meia
colher de sopa de manteiga
derretida; acrescentar um
litro de leite quente,
mexendo bem para não
formar pelotas, e deixar
ferver por cinco minutos
-se necessário, adicionar
mais leite para dar o ponto e
finalizar com açúcar a gosto
e uma pitada de sal; servir
em canecas, polvilhando
com canela em pó e queijo
Minas ralado
PRAZERES FRUGAIS Uma
saída pela tangente
-simplesinha e fugaz
FIGURINO Pulseiras de
couro, camurça ou plástico,
tipo cinto ou até coleira:
podem ser da Chanel, como
a usada por Paulo Martinez,
de Erickson Beamon, de
Louis Vuitton -no pulso
de Alexandre
Herchcovitch- ou da
moderna Jutta Numann,
musa de Miuccia Prada
-como a de Flávia Lafer,
comprada no East Village,
em Nova York
COTAÇÃO Circular no
verão europeu em um
Jaguar XJ18, que pode ser
alugado aqui mesmo, na
Look Voyages: custa US$
585 por dia e, acima de uma
semana, a diária cai para
US$ 467
BOUQUET Mesmo em
Brasília a maior parte do
tempo, o ministro Paulo
Renato Souza não deixa de
se fazer acompanhar, em
datas especiais, a serem
comemoradas, por um belo
Château Beychevelle safra
94, bordeaux importado
pela Expand -R$ 153,96 a
garrafa
SEXY E INDISCRETA Ficar
na linha "avoada",
incluindo, na hora do
sufoco, trocar o nome do
veterinário -e chamá-lo
pelo nome de seu totó,
precedido do "doutor", é
claro
STRESS Única luz no final
do túnel para tentar resgatar
a imagem de Celso Pitta, as
Frentes de Trabalho quase
naufragaram: se não fosse a
gritaria generalizada, a
verba nunca teria aparecido
-e os candidatos a um
emprego perderiam a nesga
de esperança
E-mail: joyce@uol.com.br
Com colaboração de SIMONE GALIB e KÊNYA ZANATTA
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