|
Texto Anterior | Índice
Body & soul
LEDUSHA
Monocórdios bem-te-vis
sobre a cidade, aulas de melancolia na falsa brisa da tarde. Do alto da roda gigante,
as luzes de Paris: lírica mentira paterna, bálsamo contra
o tédio implacável. Província, berço de insanas medidas. Risca-se um mero fósforo e o abutre de plantão já lhe
fisgou o fígado. De seus fugazes desvelos, roubei olhares
anfíbios, radar para freios latentes nas falas mais arejadas. Sou do samba, body &
soul, sou do blues, bossa babélica: sangue de vidro e aço.
Espinho farejando o peito
em ronda muda, alegria na
palma da mão, pipa no céu
por qualquer mínima delicadeza, era o que ainda é: a minha alma. Vida, porrada irrecusável. Dói, desde a primeira música.
Texto Anterior | Índice
|