São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2001 |
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+ personagem O que era para ser uma homenagem acabou se tornando uma polêmica entre artistas, arquitetos, designers e críticos de arte. Daniela Bousso (foto), diretora do Paço das Artes-USP e curadora, com Maria Alice Milliet, do núcleo de artes visuais da exposição "Bienal 50 Anos", comenta o evento. Por que a exposição gerou tanta polêmica? O projeto da exposição "Bienal 50 Anos", realizado em parceria com a Fundação Bienal e o Paço das Artes, teve um saldo positivo. Pegamos a Bienal em um período de crise e enfrentamos problemas de financiamento e outros. Nossa idéia era fazer uma exposição de arte contemporânea que homenageasse os 50 anos de Bienal e o seu espírito de vanguarda. Foi o que fizemos. As críticas feitas à exposição diziam mais respeito à desarticulação entre as diversas linguagens. O evento mostrou que há um "gap" entre as artes visuais, de um lado, e a arquitetura e o design, do outro. Por que a crítica não avaliou esse saldo, que é positivo para as artes visuais? Onde nossa tradição em arquitetura parou? Ainda é possível uma polêmica de idéias -e não entre instituições? A polêmica gerada pela exposição é positiva. A última polêmica que houve no nosso meio artístico foi em uma bienal do início dos anos 80. Só que a polêmica de agora foi mal aproveitada. Não se foi a fundo porque houve um apriorismo contra a instituição Bienal. A crítica não alcançou os interstícios entre cultura popular e erudita, os problemas antropológicos ou as questões estéticas colocadas pela exposição, limitando-se a atacar a crise por que passa a Bienal. A divisão entre artes visuais, arquitetura e design ainda é válida hoje? Nos dias 18 e 19 de agosto haverá um grande debate no Paço das Artes sobre a situação das artes contemporâneas no Brasil. Nele, Nicolau Sevcenko, Laymert Garcia dos Santos, Maria Lucia Bueno, entre outros, tratarão da transdisciplinaridade do nosso projeto e daquilo que não se discutiu: a obra dos artistas. Texto Anterior: + 5 livros Sobre a seca Próximo Texto: O diário íntimo de Milan Kundera Índice |
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