São Paulo, domingo, 7 de junho de 1998

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OUTRO LADO
Venceslau diz que não "entregou"

da Redação

O economista Paulo de Tarso Venceslau disse à Folha que vai processar Emiliano José, o autor de "Carlos Marighella - O Inimigo Número Um da Ditadura Militar".
"Nem gostaria de ler esse livro, mas vou ter que lê-lo para poder processá-lo", disse Venceslau, que é citado na obra como sendo a pessoa "que abriu o esquema dos padres". O "esquema dos padres" seria a participação de frades dominicanos no grupo de Marighella, a ALN. Segundo o livro, após ser muito torturado, Venceslau acabou entregando os nomes dos frades.
"Essa versão é absurda! Como pode? Ele publica um livro me acusando e nem me ouve?", questiona o economista.
Além disso, completa Venceslau, o livro foi escrito em pouco tempo. "Como pode alguém escrever uma obra sobre um dos maiores personagens da história do Brasil em apenas seis meses?"
Segundo o economista, naqueles dias -novembro de 69-, ele foi preso, torturado e entregou alguns nomes. "Tinha um telefone do Convento dos Dominicanos anotado no talão de cheques. Para não entregar os dominicanos, falei que nosso contato era o frei Oswaldo Resende. Isso, porque eu sabia que ele estava na França e, assim, não seria preso. Foi o que ocorreu."



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