ANDRÉ MEHMARI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Comprei "Horowitz - The Celebrated Scarlatti Recordings" [CD Sony] aos 15 anos, baratinho numa loja popular em Ribeirão Preto (SP). É um verdadeiro amuleto musical que carrego. Horowitz [1903-89] toca as sonatas com uma técnica limpa e articulada que não soa muito trabalhada.
A discussão "cravo versus piano" para o repertório parece impertinente diante de tão fluida musicalidade. A espontaneidade de que Nelson Freire sente falta na música clássica feita hoje está presente com inegável força: Horowitz toca como se improvisasse.
A captação do áudio é "close", quente e intimista, lembrando o jazz dos anos 1960. Ouço sempre e me faz sentir em casa.