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RISCO NO DISCO
Bálsamos urbanos
LEDUSHA SPINARDI
Meus olhos derrapam no
sorriso implícito. Água que
aflora fria da pedra e lambe a
pele salgada, jorro vigoroso
de vinho fresco na sede sensual da alma e do corpo. Subo essa escada rolante às
mesmas 18h17. O tumulto
dos passos no granito em
torno soa como Debussy aos
meus ouvidos. A pálida possibilidade de que tudo se repita faz crepitar meu umbigo. Metida na polpa suculenta da vida, atenta a certos
encantamentos que na cidade surrada pela urgência e
pelo excesso escasseiam, saboreio os respingos incertos
da felicidade.
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