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Aculturados, ticunas têm língua complexa
DO ENVIADO ESPECIAL AO ALTO
SOLIMÕES
O Distrito Sanitário especial Indígena
(Dsei) do Alto Solimões abarca 32 mil índios espalhados por 181 aldeias em
sete municípios. Há um agente de saúde indígena em cada
comunidade e 11 polos-base
dotados de médico, enfermeira, dentista e farmácia.
A mortalidade infantil em
2008 ficou na casa dos 35,7
por mil (a média nacional está em 23,3). Um quinto da população atendida pelo Dsei
sofre com diarreias e verminoses. No ano passado registraram-se 16 suicídios.
A etnia predominante é ticuna, povo indígena mais numeroso da Amazônia brasileira, com 35 mil pessoas.
Eles se chamam de "magüta", os "pescados com vara".
Acreditam ter sido fisgados
das águas vermelhas do igarapé Evaré pelo herói Yo'i.
O contato com brancos data do século 17, quando jesuítas espanhóis criaram várias
missões ao longo do Solimões. Assim surgiram povoados que se tornariam cidades
como São Paulo de Olivença e
Tefé, já sob domínio português, no século 18. Só em
1942 se instalaria na região o
Serviço de Proteção ao Índio,
precursor da Funai.
Hoje os ticunas estão aculturados. Mantiveram, porém,
a língua complexa e única. A
Organização Geral dos Professores Ticunas Bilíngues
cuida da alfabetização em ticuna e português, mas em
Novo Paraíso as crianças só
falam ticuna. (ML)
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