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Kafka cria metáfora com "O Artista da Fome"
DA REDAÇÃO
Em um de seus contos mais famosos, o escritor tcheco Franz Kafka (1883-1924) abordou a fome do ponto de vista do jejuador.
O conto "Um Artista da Fome" (1922) narra a ascensão e a queda de um profissional que, de autor de façanhas, termina como curiosidade de circo.
Em cerca de 40 anos (ou dias), sua trajetória de jejuador vai da voracidade popular, visitado dia e noite em sua jaula, vigiada de madrugada para evitar fraudes; passa pelo desprezo das pessoas; por uma frustrante turnê pela Europa; e chega à decadência do emprego em um circo, exposto ao lado dos estábulos.
Seu ascetismo se revela maior ao final, quando afirma jamais ter ingerido algo não pela habilidade de jejuar, que lhe é fácil, mas pela falta de alimento que realmente lhe agradasse no mundo. Marginalizado pela sociedade, o "artista da fome" serve de metáfora, em Kafka, da fragilidade humana.
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