São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Como fotografar Brasília

O urbanista indica, em texto dos anos 80, o modo como a capital deve ser enquadrada

LUCIO COSTA

Brasília + gente
Convívio normal das pessoas com a beleza.
Fotografar:
nas horas de entrada e saída dos ministérios;
na Universidade -biblioteca, galeria arborizada do "minhocão"; nas pracinhas da Plataforma rodoviária; o intenso movimento até meia-noite no centro-de-compras; na entrada do Teatro;
a feira livre nos fins de semana ao pé da Torre; os repuxos das grandes fontes funcionando; o movimento no imenso parque público; o ambiente interno das quadras residenciais com crianças saindo da escola (de preferência a do B do B [Banco do Brasil]); os clubes do lago (inclusive o do Itamaraty);
o movimento no amplo saguão do Congresso e no interior da Câmara e do Senado;
a praça do Buriti, com as fontes funcionando;
a praça dos Três Poderes com grupos e gente circulando; o Panteão visto apenas de quem caminha para ele da praça e a visão de quem sai dele para a praça;
as "esquinas" de Brasília: os cafés nas entradas das "áreas de vizinhança" -o Moinho à noite etc.; o hospital Sarah Kubitschek; o Centro Administrativo de Ceilândia e o Mercadinho;
o hospital de Taquatinga; as escolas e agência de automóveis do Lelé;
seqüência das Quadras vistas de quem vem do aeroporto e quadra-econômica inicial.
Tudo bem fotografado, de um ponto de vista a favor, otimista, e não "contra".
Nada de "contrastes" demagogicamente escolhidos ou aspectos insólitos intencionais.
Caras autênticas, saudáveis, otimistas, como as que eu vi.
LC


Transcrição de recomendações de Lucio Costa, por volta de 1985/86, para a realização de fotografias de Brasília.


Texto Anterior: Utopias de prancheta
Próximo Texto: + cronologia
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.