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Como fotografar Brasília
O urbanista indica, em texto dos anos 80, o modo como a capital deve ser enquadrada
LUCIO COSTA
Brasília + gente
Convívio normal das pessoas
com a beleza.
Fotografar:
nas horas de entrada e saída
dos ministérios;
na Universidade -biblioteca,
galeria arborizada do "minhocão"; nas pracinhas da Plataforma rodoviária; o intenso movimento até meia-noite no centro-de-compras; na entrada do
Teatro;
a feira livre nos fins de semana ao pé da Torre; os repuxos
das grandes fontes funcionando; o movimento no imenso
parque público; o ambiente interno das quadras residenciais
com crianças saindo da escola
(de preferência a do B do B
[Banco do Brasil]); os clubes do
lago (inclusive o do Itamaraty);
o movimento no amplo saguão do Congresso e no interior
da Câmara e do Senado;
a praça do Buriti, com as fontes funcionando;
a praça dos Três Poderes com
grupos e gente circulando; o
Panteão visto apenas de quem
caminha para ele da praça e a
visão de quem sai dele para a
praça;
as "esquinas" de Brasília: os
cafés nas entradas das "áreas de
vizinhança" -o Moinho à noite
etc.; o hospital Sarah Kubitschek; o Centro Administrativo
de Ceilândia e o Mercadinho;
o hospital de Taquatinga; as
escolas e agência de automóveis do Lelé;
seqüência das Quadras vistas
de quem vem do aeroporto e
quadra-econômica inicial.
Tudo bem fotografado, de
um ponto de vista a favor, otimista, e não "contra".
Nada de "contrastes" demagogicamente escolhidos ou aspectos insólitos intencionais.
Caras autênticas, saudáveis,
otimistas, como as que eu vi.
LC
Transcrição de recomendações de Lucio Costa,
por volta de 1985/86, para a realização de fotografias de Brasília.
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