São Paulo, domingo, 11 de março de 2007

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Entenda os conceitos-chave

Sociedade de consumo
Preocupação principal das primeiras obras de Baudrillard: necessidades, forças e técnicas naturais são substituídas por um sistema em que os objetos de consumo dão forma e significado à vida cotidiana.

Pós-modernidade
É definida como o vazio deixado pelo desaparecimento das ideologias e dos limites da modernidade, embora Baudrillard recusasse o rótulo de "pós-moderno".

Simulacro
Enquanto o mundo moderno era organizado em torno da produção, o mundo pós-moderno é regulado pela reprodução, pela simulação. Diferentemente da imitação ou do fingimento -casos em que a diferença entre produto e realidade se mantém-, o simulacro (a TV, a realidade virtual) confunde realidade e ilusão.

Hiper-realidade
É o mundo dos simulacros em que as pessoas vivem, a sociedade de imagens -idealizadas pela TV, rotuladas pelos meios de comunicação de massa e distantes do cotidiano do trabalho- que substitui a sociedade de classes e do trabalho.

Fim do trabalho
Nos anos 1970, Baudrillard rompe com o marxismo, que, segundo ele, perde sentido no mundo pós-moderno: o trabalho deixa de ter valor em si, aparecendo apenas como mais "um signo entre outros", um sinal de status ou modo de vida.

Sedução
Com seus rituais ambíguos, opõe-se ao conceito de "sexual" -este está associado à produção. A sociedade burguesa teria subvertido a ordem original, em que a sedução viria primeiro. Ao tentar resgatar o conceito de sedução, no final dos anos 1970, Baudrillard o associou ao feminino, criticando, porém, o feminismo -o que gerou mal-estar no círculo dos estudos de gênero.

Orgia e pós-orgia
A expansão cultural moderna aparece como "orgia". Baudrillard ressalva não se tratar de liberação, mas de "metáfora da liberação" manifesta na sociedade moderna. A sociedade contemporânea, portanto, viveria a pós-orgia, a reação a essa explosão -uma implosão.

Implosão
Conceito emprestado do canadense Marshall McLuhan (1911-80), nomeia o colapso da diferenciação entre os planos econômico, político, artístico etc. Na sociedade da simulação, a economia e a vida "reais" não se diferenciam mais dos simulacros; a sexualidade permeia tudo.

Transestética
Situação conseqüente da implosão: ao mesmo tempo em que a arte tudo permeia, ela deixa de ser entendida como fenômeno próprio; seu poder de oposição à realidade desaparece, juntamente com suas normas.


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