São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2001

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Ele é violonista, tem 21 anos e já desponta como um dos grandes virtuoses da música instrumental brasileira. Yamandú Costa nasceu em Passo Fundo (RS), numa família de músicos, e foi escolhido o melhor instrumentista do Prêmio Visa de MPB deste ano. Em setembro, Yamandú lança seu primeiro CD (selo Eldorado).

Qual é a sua formação musical?
É basicamente familiar. Meu pai tinha um conjunto regional em Passo Fundo e, desde os 4 anos, eu já estava metido no meio da música. Depois conheci o violonista argentino Lúcio Yanel, achei incrível a forma como ele tocava e comecei a tirar as músicas dele. E aí veio a descoberta do Baden (Powell) e do Rafael Rabello. Também há influência da música latina, tango, Piazzolla e milongas que se misturam à nossa música.

Quando será lançado seu CD?
Em setembro, mas ainda não tenho um nome para ele. O disco terá cinco composições minhas e ainda estou escolhendo o repertório.

Como está a música instrumental brasileira?
Há muita gente boa. Entre os violonistas, há o Marco Pereira, Maurício Carrilho (que está produzindo meu disco). E gente nova chegando: Zé Paulo Becker, Caio Marcio. Há o Hamilton de Holanda, de Brasília. Aliás, é muito boa essa volta dos festivais. Eu me criei neles, no Sul. Às vezes a competição entre os colegas é chata, mas o resultado é sempre ótimo. É daí que nascem coisas novas.

Você pensa em sair do país?
Logo devo fazer temporadas na Europa etc. Mas, ir embora, nem pensar. Hoje já se pode trabalhar bem aqui, o pessoal já está meio cansado de ouvir tanta baboseira. O público não tem um "gosto ruim", isso é conversa fiada, ele só precisa ter acesso a mais coisas. Quero ir a Pernambuco tocar frevo, ir ao Maranhão aprender o boi-bumbá. Melhor que sair e ficar fazendo graça para gringo.



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