São Paulo, domingo, 13 de maio de 2001

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O livro de cabeceira

"O Pequeno Príncipe", em primeiro lugar, e "Cem Anos de Solidão", em segundo, são as obras que mais marcaram os leitores

da Redação

Um clássico da literatura infanto-juvenil francesa, "O Pequeno Príncipe", continua seduzindo as multidões. Entre as pessoas entrevistadas pelo Datafolha que disseram existir um livro que tenha marcado muito a vida delas, a história do menino que vive sozinho em seu pequeno planeta é a obra mais lembrada (4%).
A pesquisa foi realizada com compradores de livros em 18 livrarias das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e mostra que a maioria dos entrevistados (63%) já leu algum livro que marcasse a sua vida (24% disseram não ter lido nenhuma obra que se enquadrasse nesse critério e 13% não souberam responder).
O texto de Antoine Saint-Exupéry (1900-1944) ficou à frente de "Cem Anos de Solidão", romance mais famoso do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1982, o colombiano Gabriel García Márquez, segundo colocado com 3%. Nele, é contada a história de diversas gerações da família Buendía na fictícia cidade de Macondo, no litoral do mar do Caribe.
Com relação ao grau de escolaridade, o livro vem em primeiro entre os entrevistados com pós-graduação em São Paulo, e é também o mais citado entre os estudantes de primeiro e segundo graus no Rio.
Curiosamente, "O Pequeno Príncipe" obteve menções expressivas entre as mulheres (3% contra 1%) em São Paulo e entre os homens (6% contra 5%) no Rio de Janeiro.

Empate quádruplo "O Mundo de Sofia", as aventuras de uma menina que desvenda aos poucos o mundo da filosofia, do escritor norueguês Jostein Gaarder, ficou empatado na terceira colocação com alguns companheiros ilustres: "Crime e Castigo", de Fiódor Dostoiévski, e a Bíblia. O primeiro, um clássico da literatura russa, pela primeira vez está sendo traduzido direto de sua língua original e será lançado até o final do mês pela Editora 34. Com eles, também na terceira posição (2% dos entrevistados), aparece uma obra escrita por autor brasileiro, o romance psicografado "Violetas na Janela", de Vera Lucia Marinzeck Carvalho.
A Bíblia foi mais lembrada entre os pesquisados com idade de 26 a 45 anos em São Paulo e entre os com idade acima de 45 anos no Rio.
Apesar de Saint-Exupéry ter o livro mais citado, ele empata com García Márquez e com Zibia Gasparetto se forem consideradas todas as obras citadas de cada autor. Os três obtiveram 4% das menções.
Separadamente, inclusive, García Márquez supera Saint-Exupéry em São Paulo, com 5% de indicações contra 2% para o francês; ele ganha no Rio, com 6% -García Márquez tem 3%.
Entre os autores brasileiros, os que tiveram mais citações foram Machado de Assis, Paulo Coelho, Vera M. de Carvalho e Erico Verissimo (cada um com 2%). Coelho é também o mais mencionado entre os entrevistados do sexo masculino (3% contra 1%) no total geral das duas cidades.

Motivações variadas A indicação dos livros teve motivos tão variados quanto a própria lista de apontados, sendo as duas principais razões os "aspectos relacionados à existência humana" (34%) e razões "de cunho literário" (32%). O primeiro caso englobava respostas como "porque o livro marcou minha adolescência" ou "porque o livro narrou experiências pelas quais eu já passei em minha vida". Dentre as motivações literárias, houve respostas como "por gostar do enredo ou mensagem do livro", "identificação com o protagonista" e "qualidade do autor".
Outras motivações incluíram questões espirituais, culturais, profissionais, históricas, sociais, filosóficas e escolares.



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