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RISCO NO DISCO
Moço lindo 2
LEDUSHA SPINARDI
Em azul e amarelo bordo
na tela branquinha nossos
nomes enganchados. Agora
é sempre para o nosso filme. No conversível indefinível passeamos pelo outono de Paris. Gola rulê, óculos muito escuros, chiques
até o gargalo, fazendo o galo desencarnar. Aquém do
deserto da falsa elegância,
ultrapassamos as ambulâncias, varando a Atlântica
sob o céu de rachar. Madrugada às gargalhadas, sapatos pro alto sem sinal de
sola ou salto: Ah! Ouvi Doralinda. Fundiu meu fôlego
sonhei contigo, Quixote.
Escuta como chora minha
alma nuinha. Deixo esse bilhetinho no canto quebrado do seu violão. A lua
amarela silva na minha janela. Sua, a voz que vem dela: é easy ser feliz. O resto,
cuspa. O que tiver que ser,
já era.
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