São Paulo, domingo, 13 de dezembro de 1998

Texto Anterior | Índice

RISCO NO DISCO

Moço lindo 2

LEDUSHA SPINARDI

Em azul e amarelo bordo na tela branquinha nossos nomes enganchados. Agora é sempre para o nosso filme. No conversível indefinível passeamos pelo outono de Paris. Gola rulê, óculos muito escuros, chiques até o gargalo, fazendo o galo desencarnar. Aquém do deserto da falsa elegância, ultrapassamos as ambulâncias, varando a Atlântica sob o céu de rachar. Madrugada às gargalhadas, sapatos pro alto sem sinal de sola ou salto: Ah! Ouvi Doralinda. Fundiu meu fôlego sonhei contigo, Quixote. Escuta como chora minha alma nuinha. Deixo esse bilhetinho no canto quebrado do seu violão. A lua amarela silva na minha janela. Sua, a voz que vem dela: é easy ser feliz. O resto, cuspa. O que tiver que ser, já era.



Texto Anterior | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.