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Na China, "dissidentes da rede" vão presos
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a população de internautas que cresce mais rapidamente em todo o mundo, a China se debate entre o livre acesso
à informação proporcionado
pela rede e a censura oficial,
que bloqueia milhares de sites e
condena à prisão os chamados
"dissidentes da internet".
Na China, é quase impossível
abrir páginas com conteúdo
"sensível", conceito amplo o
bastante para incluir de Dalai
Lama e Falun Gong à independência de Taiwan -temas vistos pelo governo como uma
ameaça à unidade e estabilidade nacionais.
O método mais comum de
censura é o bloqueio de páginas, feito a partir de endereços
e listas de palavras-chave, que
mudam à medida em que surgem novos eventos "sensíveis".
Também há um exército de
censores, estimado em 30 mil,
que monitora sites populares,
tira do ar textos críticos ao governo e chega a controlar os
chats de discussão on-line.
Isso em um país que tem a segunda maior população de internautas do mundo, 132 milhões de pessoas, e o espantoso
número de 37 milhões de blogs.
O governo lança mão de todas as armas tecnológicas a seu
dispor para tentar manter o
controle, mesmo diante da natureza fluida e da rapidez de
propagação da internet.
A censura também atinge as
mensagens enviadas por telefones celulares, uma das mais populares formas de comunicação na China, que tem o maior
número de celulares do mundo,
420 milhões. Como na internet, o controle é feito por palavras-chave. As autoridades planejam ainda exigir que os bloggers se identifiquem com seus
nomes verdadeiros.
A pornografia é outro alvo na
campanha contra a "degeneração" da sociedade chinesa. Nos
dois últimos anos, centenas de
sites pornográficos foram fechados e o criador do maior deles, Chen Hui, foi condenado à
prisão perpétua em 2006.
Para ter acesso ao enorme
mercado chinês, empresas estrangeiras se submetem às exigências governamentais relativas à censura. O Google, por
exemplo, incorporou a seu mecanismo de busca os bloqueios
a páginas e temas proscritos
pelas autoridades de Pequim.
A Microsoft tirou do ar um
blog do MSN chinês, por determinação do governo. E o Yahoo
forneceu informações que permitiram a identificação do autor de um e-mail contrário aos
interesses oficiais.
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