No céu de agosto, Vênus, que retrograda, ingressa em Leão, a Lua cresce em Libra, e Mercúrio está em quadratura com Júpiter. Enquanto isso, a humanidade, aqui na Terra, se recupera da frustração de ter esperado o fim do mundo e nada ter acontecido.
Pelo contrário, o mundo continua bem e expandindo-se numa evolução que torna a vida entre o céu e a terra melhor a cada dia.
O mórbido desejo de que tudo acabe é uma extensão da preguiça de levantar-se e continuar se atrevendo a superar obstáculos que se interpõem entre o desejo e a felicidade.
O apocalipse vem sendo esperado desde os tempos da Babilônia e, ao que tudo indica, não vai acontecer. E se acontecer não será fruto de profecias, mas por obra dos mecanismos do universo.
Desejar o apocalipse é abandonar a compreensão do possível e esquecer a sagrada liberdade de escolha entre a felicidade e a escravidão. A felicidade dá trabalho, é evidente.
E não são todos os humanos que pretendem que a felicidade seja produto de trabalho, muitos são os que pretendem que ela venha por decreto de deuses. Eles vão passar a eternidade esperando, e alimentando o mito do apocalipse.

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