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RISCO NO DISCO
Lírica
LEDUSHA SPINARDI
A loura luz dos fiapos de
primavera derrapa no metal da manhã. Ficássemos à
vontade seriam outros
olhos para o frescor da grama e dos lírios que faíscam
no centro da Avenida. Daqui de cima o anzol fisgaria
mais brando, se por um
instante não se entremeassem glória e dor de cada
um. Percebo o líquido ácido rondando seus olhos,
lembrança do sonho ainda
sem vestígios de truque ou
traça. Bagagem amarfanhada na véspera da sala, ecos
de fala trôpega desafiando o
sumo do oco, já no elevador cheirando a sabonete e
cigarro e no abafado do
trânsito olho os gafanhotos
metálicos dançando no pára-brisa ao solo impecável
de John Pizzarelli.
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