São Paulo, domingo, 15 de novembro de 1998

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RISCO NO DISCO

Lírica

LEDUSHA SPINARDI

A loura luz dos fiapos de primavera derrapa no metal da manhã. Ficássemos à vontade seriam outros olhos para o frescor da grama e dos lírios que faíscam no centro da Avenida. Daqui de cima o anzol fisgaria mais brando, se por um instante não se entremeassem glória e dor de cada um. Percebo o líquido ácido rondando seus olhos, lembrança do sonho ainda sem vestígios de truque ou traça. Bagagem amarfanhada na véspera da sala, ecos de fala trôpega desafiando o sumo do oco, já no elevador cheirando a sabonete e cigarro e no abafado do trânsito olho os gafanhotos metálicos dançando no pára-brisa ao solo impecável de John Pizzarelli.




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