São Paulo, domingo, 17 de março de 2002

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A CRÍTICA PELOS CRÍTICOS

"Em diversas ocasiões Walnice mexeu em vespeiros, o que lhe valeu ensaios que ficaram famosos. Penso no estudo, em plena década de 60, sobre o funcionamento escapista da canção de protesto; ou nas observações sobre o machismo grosso dos romances de Jorge Amado; ou no artigo recente sobre a qualidade duvidosa da arte de Rubem Fonseca. Sua tese de doutorado, que relaciona a forma de "Grande Sertão: Veredas" e a estrutura social brasileira, é um ponto alto. Mas, seja qual for o assunto, Walnice cultiva uma prosa enxuta e meio impertinente, que é muito dela."

Roberto Schwarz, autor de "Um Mestre na Periferia do Capitalismo" (ed. 34)

"Quando você fala com a Walnice, você não fala com uma obra em forma de gente, com alguém que acha que ocupa algum tipo de lugar hierárquico acadêmico. E por isso mesmo ela tem uma vivacidade intelectual impressionante, uma grande capacidade de pesquisa e de captação do contemporâneo. É essa atenção em movimento que me parece estar presente tanto nas grandes pesquisas, sobre Euclides da Cunha e Guimarães Rosa, quanto nos artigos mais breves, nas intervenções em torno de questões contemporâneas."

Flora Süssekind, autora de "A Voz e a Série" (7 Letras/ UFMG).

"Sou suspeito para falar de Walnice, pois somos amigos desde os anos 70. Ela tem duas grandes qualidades. É uma excelente "scholar", uma pesquisadora minuciosa. "No Calor da Hora" é produto dessa sua virtude. A segunda é a disposição de Walnice em enfrentar a contemporaneidade. Seu ensaio sobre Jorge Amado é pioneiro no feminismo e no politicamente correto."

Silviano Santiago, autor de "Uma Literatura nos Trópicos" (Rocco).

"Antonio Candido costuma dizer que Walnice sabe tudo. Acho que sabe mesmo, ou pelo menos muito de tudo. Entretanto quase não lê jornal e não vê televisão. Segundo ela, é para não ficar desinformada. Como professora, é exigente e instigadora. Como crítica literária, sabe combinar a erudição da estudiosa com a simplicidade (enganosa) da ensaísta. Soube e sabe aproveitar os livros e os mestres. Fez e faz também os seus discípulos/ as suas discípulas".

Ligia Chiappini, autora de "O Foco Narrativo" (Ática).

"Walnice deu-me lições profundas e agradáveis do que é dedicar-se a um trabalho acadêmico com seriedade, consistência, sem pedantismos nem deixar-se prender pelas modas de ocasião. Apoiou-me em momentos difíceis, como quando fui preso com minha companheira em 71 ou quando houve uma tentativa de impedir a renovação de meu contrato com a USP em 74. Mostrou-me também o que é trabalhar tendo por etos um compromisso com a civilização -com o lado civilizado da civilização-, sem abdicar do rigor analítico ou da fundamentação das interpretações. É uma pessoa extraordinária. Ela será, para sempre, a minha orientadora."

Flávio Aguiar, autor de "Com Palmos Medida" (ed. Boitempo).

(MSC)


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