São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

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Comendo lixo

U m velho camponês tradicionalista e religioso não consumia cretinices preconizadas pela televisão. No entanto era preciso fazer com que ele as consumisse.
Na realidade, os produtores forçam os consumidores a comer merda.
Oferecem coisas sofisticadas e ruins, requeijões, queijinhos para crianças, coisas medonhas, pura merda.
Se eu fizesse um filme sobre um industrial milanês que fabricasse de biscoitos, um sujeito que os anunciasse e os fizesse engolir pelos consumidores, o resultado disso seria um filme terrível sobre a contaminação, a sofisticação, o óleo feito com os ossos das carcaças.
Eu até poderia fazer um filme assim, mas não posso! Como dedicar um ano pensando nisso e, depois, filmando? Seria mais útil, no sentido direto e prático da palavra, fazê-lo exatamente assim como é.
Mas quem me força a isso?


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