São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

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Avaliação de obras de uso didático é tema de estudo

ERNANE GUIMARÃES NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No Brasil, o livro didático é "o principal material do aluno e, muitas vezes, do professor", diz à Folha Maria Encarnação Beltrão Sposito, professora de geografia da Universidade Estadual Paulista e avaliadora do Programa Nacional do Livro Didático. É organizadora do recém-lançado "Livros Didáticos de História e Geografia - Avaliação e Pesquisa" (Cultura Acadêmica, 216 págs., R$ 25).

 

FOLHA - Por que a sra. diz que parâmetros de avaliação "não devem tomar como referência o que é definido internacionalmente"?
MARIA BELTRÃO SPOSITO -
Nenhum país do mundo tem um sistema de avaliação tão sofisticado quanto o brasileiro. Dois fatores pesam nisso. Em primeiro lugar, como não há excelentes condições de trabalho para o professor, o livro é muito importante, é o principal material do aluno e, muitas vezes, do professor. Em segundo lugar, o volume de livros e, portanto, de dinheiro é muito grande.

FOLHA - Os pré-requisitos do PNLD selecionam poucas editoras?
SPOSITO -
O número de editoras que produzem material didático no Brasil é que não é grande. No começo, as editoras reagiam contra a avaliação: "Avaliação é controle ideológico". Depois, passaram a corrigir livros, a reescrevê-los, a contratar novos autores. As coleções excluídas não são proibidas de serem vendidas; o governo, que é o maior comprador de livros do país, é que não as adquire. Aliás, é o maior comprador de livros do mundo. Os EUA, por exemplo, compram livros a cada dez anos. O Brasil, a cada três anos.

FOLHA - Diminuiu o peso dos "autores-referência" no mercado?
SPOSITO -
Sim. Autores renomados cujos livros continuam a ser aprovados mantêm certa força no mercado, mas o que há de novo são autores jovens.


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