São Paulo, domingo, 22 de julho de 2001

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+ notas

Injustiça americana
A "Monthly Review" e a trimestral "Dissent", ambas norte-americanas, discutem em seus números mais recentes o Judiciário nos EUA, mais especificamente a crise no funcionamento do sistema carcerário e a pena de morte. Apesar de apresentar uma taxa de criminalidade que se assemelha à de países da Europa Ocidental, os EUA prendem de 5 a 8 vezes mais pessoas. "Governos já foram derrubados sendo menos abusivos em relação ao direito de seus cidadãos", diz editorial da "Monthly Review". Seu objetivo é "traçar o crescimento histórico do sistema prisional e suas relações cruciais com o capitalismo, o neoliberalismo e o racismo". A "Dissent" também vai na mesma linha, discutindo a influência do racismo nas condenações a pena de morte.

Voyeurismo sentimental
Sebastião Salgado foi criticado recentemente no "Monde" e no "New York Times" por estetizar o sofrimento. Uma resenha de Jean-François Chevrier sobre o último trabalho do fotógrafo, "Êxodos" -que está sendo exibido atualmente em Nova York-, foi publicada nos dois periódicos, classificando o trabalho de mais de sete anos como "voyeurismo sentimental".

Inteligência doméstica
Artigo recente da "Technology Review" discute a falta de senso comum na arquitetura ocidental moderna, criticando o que é visto como um edifício "inteligente" -uma geladeira com acesso a internet é menos interessante para o ambiente do que o aproveitamento ideal de água e energia.

Pornografia "respeitável"
"É o dinheiro, e não mais o sexo, que deixa a imprensa com tesão." A conclusão é do ensaísta Lee Siegel no artigo de capa da edição mais recente da "New Republic". Siegel discute como a mídia vem "normalizando" o tratamento dado à pornografia, "apresentando informações de modo neutro", sem reflexão, como se se tratasse de um negócio qualquer. "O que é entretenimento sexual e o que é obscenidade, exploração, degradação?", pergunta Siegel. Só que a lucratividade da indústria -algo entre US$ 10 e US$ 14 bilhões anuais- faz com que sua indagação esteja "fora de moda" (na foto, a atriz pornô Kathryn Gannon). A lógica da pornografia, conclui Siegel, está em prol da lógica do mercado.



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