São Paulo, domingo, 22 de julho de 2001

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+ personagem

Depois de surgir em 1997 como um dos bons nomes da nova literatura brasileira com o romance "Cidade de Deus" (Companhia das Letras), o escritor Paulo Lins agora se prepara para assistir ao filme baseado na obra, enquanto toca adiante um novo livro.

Como vê seu romance transformado em roteiro?
Do roteiro eu participei de leve: ele é todo do Braulio Montalvani. Só fiz alguns comentários, quando ele me perguntava algo, eu respondia. Hoje temos um trabalho de parceria, o que facilita. Fizemos juntos "Palace 2", episódio do programa "Brava Gente". Agora estamos fazendo "Acerola e Laranjinha", também para o "Brava Gente" e inspirado no "Cidade de Deus". O fato é que acabei virando roteirista; talvez, se não tivesse virado, odiasse o roteiro do filme. Agora faço "A História de Dé", para a Conspiração Filmes, com direção de Bruno Silveira.
Quem são os atores principais de "Cidade de Deus"?
O filme não tem propriamente atores principais, um protagonista. Há nele várias pessoas e histórias. Um deles é o personagem feito por Matheus Nachtergaele, mas a maior parte dos atores é mesmo da comunidade, tipo os personagens de Pasolini, "Mamma Roma" etc.
De que trata seu novo romance?
Basicamente de manicômios judiciários no Rio antigo -e também da velha malandragem que não existe mais. É um velho projeto meu, e agora estou mexendo no texto. Vai se chamar "O Plano de Marlon" e é baseado numa figura real, que conheço há uns 30 anos. Ele vive no baixo meretrício, na época de formação do mangue, no início do século 20. Depois de se tornar o rei da zona, ele acaba indo parar no manicômio por se fingir de maluco e no meio disso tudo termina cometendo um crime. É de lá do manicômio que ele narra o livro. O novo romance tem em um pouco de Jean Genet, do "Diário de um Ladrão".


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