São Paulo, domingo, 24 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Filhas do 1º divórcio divergem

DA SUCURSAL DO RIO

Sete anos antes de os pais concretizarem o primeiro divórcio do país, as irmãs Ana Lúcia Ribeiro Almeida Magalhães, 40, e Ângela Henrique Silva Ribeiro, 43, já sofriam com o preconceito contra casais divorciados. "Na escola tinha que dizer que o pai estava viajando, porque era colégio de freira e elas não aceitariam. As mães tiravam as crianças de perto", conta Ana, hoje advogada.
Filha de Arethuza Henrique Silva, 68, e do aposentado Francelino França Ribeiro, 71, a advogada diz que a separação também rendeu bons frutos aos filhos.
"A gente via muitos pais de pijama no final de semana. O meu sempre levava a gente para passear", disse Ana. "Tinha aquela disputa de amor entre os pais."
A hoje médica Ângela, no entanto, não tem boas lembranças do momento da separação. Para ela, o fim da "sensação de família absoluta" casou sofrimento. "Foi um momento ruim a separação."
As primeiras filhas de pais divorciados do país tiveram destinos "matrimoniais" diferentes.
Casada há 13 anos com seu único marido e com duas filhas, Ana diz que aprendeu com os supostos enganos do casamento dos pais. "Vi os erros que cometeram e tentei não repeti-los quando encontrasse o meu marido."
Ãngela está há sete anos no segundo casamento. "Casei / com a promessa de não me separar. Mas não vale a pena pagar esse preço pela vida inteira se está infeliz. É muito pior para os filhos e para o casal."
Para o pai, primeiro homem a se divorciar no país, não houve erro, mas, sim, falta de "identificação de personalidade". "À época, as pessoas casavam e aí descobriam que não tinham identificação. Com a convivência, vimos que éramos diferentes. O divórcio veio para salvar isso."
(IN)


Texto Anterior: O cúmulo da separação
Próximo Texto: "O divórcio me fez sentir inteira"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.