São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009 |
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Paulista, avenida por Cristiano Mascaro Usando uma câmera digital, fotógrafo clica a via que melhor simboliza são paulo, que está fazendo 455 anos
TUCA VIEIRA REPÓRTER FOTOGRÁFICO
Quem se dispusesse
a percorrer o centro de São Paulo
nos anos 1980 correria o risco de encontrar uma solitária figura de
barba cheia, tripé nos ombros,
mochila nas costas, olhando as
sombras alongadas da primeira
hora da manhã. Mascaro foi motivo de polêmica depois que publicou um artigo no Mais!(de 21/12) em homenagem a Cartier-Bresson, em que lamentava o desuso das técnicas tradicionais. O artigo circulou pela internet, e Mascaro foi chamado de mestre por uns e antiquado por outros. "Eu só quis fazer uma homenagem a uma época da fotografia que não pode ser apagada. Quero ter o direito de sentir saudade." Entre curiosidade e ceticismo, Mascaro vai se entregando à novidade mais por necessidade do que por paixão. "É como tirar um pé de uma canoa para colocar noutra", define. A fotografia é sobretudo uma aventura humana: "A fotografia te levava a conhecer as pessoas. O trabalho de campo passou a ser trabalho de gabinete. Tenho saudades de bater na porta do laboratório. Como vou fazer agora sem tomar café com a Rosangela, que revelou meus filmes por 20 anos?". Mudam os tempos, muda a cidade, mas o olhar do fotógrafo permanece. Mascaro veio "tratar" as imagens (como se diz a respeito da pós-produção digital) e não havia nada para ser tratado. Suas fotos digitais, como numa prancha de contatos, precisam de ajustes mínimos de contraste e só. Aos 64 anos, ele se renova: "Instalei um Photoshop CS4 e comprei um livro passo-a-passo, agora ninguém me segura!". Parece surgir um novo fotógrafo, 30 anos à nossa frente. Texto Anterior: Guerra anunciada Índice |
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