São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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Clóvis Rossi

O gol foi dos mais banais. Uma falta, na altura da intermediária, um chute forte, e o gol. Por que, então, elegê-lo como marcante?
Simples: foi a coroação de uma história de amor, ainda que unilateral. Uma história de amor com a cidade de Barcelona, o F.C. Barcelona e a gente de Barcelona, ainda que nenhum dos três tenha, até agora, tomado conhecimento dessa paixão.
Não, não foi amor à primeira vista. Primeiro, foi a paixão pela torcida, depois pela cidade, e só na última fase pelo time.
O gol foi marcado pelo zagueiro holandês Ronald Koeman contra a Sampdoria italiana, na final da Copa dos Campeões de clubes europeus, em 1992, a primeira (e até agora única) vencida pelo Barça. Um título justo para um clube, uma cidade e sua gente que, em meio à pasteurização do planeta, à massificação e à era do individualismo, conseguem manter a escala humana e um pulsar coletivo admiráveis.


Clóvis Rossi é colunista e integrante do Conselho Editorial da Folha.


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