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DIÁLOGOS IMPERTINENTES
O patriotismo da política
NELSON ASCHER
da Equipe de Articulistas
Os "Diálogos Impertinentes",
promovidos pela Pontifícia Universidade Católica de SP, pelo
Sesc (Serviço Social do Comércio)
e pela Folha, tiveram como tema,
em agosto, a pátria. Participaram
do debate o jurista Fábio Konder
Comparato e o economista João
Sayad. A discussão teve como
ponto de partida uma questão colocada pelo mediador, Mario Sergio Cortella. Ele perguntou se a
idéia de pátria ainda tinha sentido
ou havia se tornado abstrata.
Para Sayad, a pátria "primeiramente é a nação querida, a nação
pela qual a gente é apaixonada" e
também uma "família amplificada", enquanto Comparato, discorrendo sobre as origens, na Revolução Francesa, do conceito em
sua acepção moderna, vinculou a
pátria às idéias de povo e nação.
Após as preliminares mais conceituais, porém, a conversa enveredou rapidamente rumo a temas
mais concretos, convergindo sobre as questões do patriotismo no
Brasil e do caráter patriótico ou
antipatriótico de políticas contemporâneas como, por exemplo,
a da privatização.
Nesse tópico, embora os debatedores estivessem longe de um
acordo, Comparato falou a respeito da perda de controle popular em áreas importantes da economia, enquanto Sayad lamentou
a perda de know-how, tanto técnico quanto administrativo, que
decorria do processo.
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