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Schiller obra a obra
Wallenstein (1800) - Trilogia em 11 atos
e um prólogo centrados em Albrecht
von Wallenstein, herói da Guerra dos
Trinta Anos. Ambicioso, ele cria intrigas contra o imperador para conquistar a coroa. Poema dramático, a trilogia se divide em "O Campo de Wallenstein", "Os Piccolomini" e "A Morte de Wallenstein", culminando na
traição e sua morte pelas mãos de partidários do imperador. Schiller faz de
Wallenstein uma personalidade que
ao mesmo tempo o fascina, mas a
quem também condena -de que é
prova seu final trágico.
Maria Stuart (1800) - Drama de conflitos individuais, tendo com pano de
fundo histórico a disputa entre a rainha da Escócia (1542-1587) e sua prima
Elizabeth 1ª pelo trono da Inglaterra.
Stuart acaba sendo decapitada por ser
considerada uma ameaça católica ao
reino. Composta de cinco atos, é considerada um marco da dramaturgia alemã. Há tradução em português feita
por Manuel Bandeira e publicada pela
Abril Cultural.
Dom Carlos (1787) - Testemunho de
uma profunda revolução no pensamento e na arte do poeta, a peça aparece como negação da ordem estabelecida, fundada na injustiça. Expõe a
destruição do amor pelo cálculo político e pelas maquinações da Inquisição.
A personagem dom Carlos cede espaço ao marquês Posa, um arauto da liberdade que se torna porta-voz de
Schiller ao propagar ideais de tolerância, respeito ao homem e liberalismo
político. Os dois combatentes idealistas morrem lutando pela liberdade,
que será consagrada um século após
sua queda.
A Noiva de Messina ("Die Braut von
Messina", 1803) - Tentativa de ressuscitar a tragédia grega em palcos modernos, essa "tragédia com coros" encena
o ódio mútuo de dois irmãos, herdeiros do trono da cidade italiana de Messina, que se apaixonam perdidamente
pela mesma mulher -a jovem Beatriz, reclusa em um convento para onde fora misteriosamente enviada pouco após o nascimento. Há tradução do
poeta romântico Gonçalves Dias, publicada em 2004 pela Cosacnaify.
Ode à Alegria ("An die Freude", 1785)
-Escrito em 1785, traduz um estado de
espírito em que o poeta se encontrava
à época -livre de pressões e feliz. Foi
imortalizado ao ser utilizado por Beethoven em sua nona sinfonia.
Os Bandoleiros ("Die Räuber", 1781)
-Peça de estréia de Schiller, é uma das
principais expressões do pré-romantismo alemão. Repleta de ruídos e
ações drásticas, a obra é um questionamento sobre a moral, a vocação para a grandeza e a consciência em torno
de um tema comum ao autor: a revolta. Há tradução de Marcelo Backes pela
editora L&PM.
Fiesko ("Die Verschsorung des Fiesko
zu Genua", 1783) - "Tragédia republicana" centrada no problema da liberdade política e da tirania. Conta a história do conde Fiesko -dividido entre
as exigências de sua consciência e a
ambição pelo poder-, que acaba por
se juntar a uma conjuração contra os
Doria (controladores de parte da Itália
no século 16). Na peça, Schiller faz a defesa do republicanismo e da liberdade,
contra os tiranos.
Intriga e Amor ("Kabale und Liebe",
1784) - Peça política engajada que mergulha na atmosfera da corte absolutista alemã do século 17, recheada de personagens infames. A história realista é
ligada ao drama burguês, mostrando
o amor impossível por causa do obstáculo da desigualdade social.
O Canto do Sino ("Lied von der Glocke", 1797) - Um dos exemplos de balada, gênero de origem popular a que
Schiller passou a se dedicar no final do
século 18 com a intenção de tornar a
poesia acessível ao povo, sem diminuir
sua qualidade.
A Donzela de Orléans ("Die Jungfrau
von Orleans", 1801) - Mais uma personagem histórica é explorada nessa
obra -Joana d'Arc, que, em vez de ser
queimada na fogueira, sucumbe no
campo de batalha. A intervenção direta de Deus, a crença no milagre, as
aparições estranhas e os sonhos premonitórios são elementos que fazem
parte da peça, que busca fugir do realismo.
Guilherme Tell ("Wilhelm Tell", 1804)
-Acostumado a oferecer uma vitória
moral e eterna em troca da vida de
seus protagonistas, aqui Schiller deixa
o ideal triunfar sem que o herói pereça.
Uma vez mais, trata da opressão política e da luta pela liberdade, desta vez
na Suíça e com uma ótica otimista.
Graças a Guilherme Tell, reestabelece-se, na peça, a integridade moral do
mundo.
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