LEDUSHA SPINARDI

No carro teceu um elogio de esfolar o ego mais gaiato. Espremi o sorriso. Mamãe escolhera a gravata: bem? Restaurante lotado. Entrada quase sem trombetas. Mesa bem à vista. Ordenou ao garçom que trocasse os talheres e torcendo o nariz à carta de vinhos pediu um guaraná. Eu, uísque duplo sob o olhar 64. Ao súbito suave: "Que tal costeletas de cordeiro?" -sorri que sim. Pediu codornas. Entre garfadas ávidas, o humor-gomalina ilustrou disparates nazistas lançados à deriva com os perdigotos. Ainda reclamava da conta quando me (s)ocorreu o jato rútilo nas veias. Só ontem encontraram o corpão no sofá adamascado, entupido de jujubas coloridas.



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