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CURTO-CIRCUITO NA REDE
Frederic J. Brown - 4.out.2005/France Presse
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Chinesas promovem jogo on-line em feira de Pequim |
DA REDAÇÃO
Na mesma semana em que o gigante de buscas na internet, o Google, foi apontado em uma pesquisa de profissionais de propaganda de todo o mundo (divulgada pelo site Brandchannel na segunda-feira) como a marca mais influente do planeta, a internet passou a ser alvo de restrições -impostas ou auto-impostas- em sua atividade primordial de fornecer informações.
No caso mais grave, a própria empresa aceitou censurar seus conteúdos
para poder entrar no enorme mercado chinês. Por exigência do governo do
país, foram censuradas buscas polêmicas, como "massacre da Praça Tiananmen", "Tibete", "Independência de Taiwan", "Dalai Lama".
Paralelamente, o site de buscas trava um forte embate com o governo dos
EUA, depois que o Departamento de Justiça pediu a um juiz federal que
obrigasse a empresa a entregar os registros referentes a milhões de buscas
efetuadas por seus usuários.
No Irã, uma união de internautas "bombardeou" o Google, fazendo com
que buscas por "Golfo Árabe" não fossem reconhecidas e indicando a busca
por "Golfo Pérsico" -que é a designação que defendem os iranianos. Além
disso, o governo do país bloqueou, no Irã, o site em língua persa da BBC, seu
maior portal em língua não-inglesa.
Outro site de referência, a Wikipedia, enciclopédia internacional aberta,
foi obrigada pela Justiça da Alemanha a fechar por dois dias seu portal naquele país -o segundo maior, perdendo apenas para o de língua inglesa-,
depois que os pais de um hacker alemão, morto em 1999, processaram o site
por divulgar seu nome completo na enciclopédia. Ainda que tecnicamente
não o faça, a enciclopédia fornece uma série de links para outros sites que,
estes sim, o fazem.
Preconizando a falência da internet, David Talbot, correspondente-chefe
da "Technology Review", ligada ao Massachusetts Institute of Technology,
publicou no final de 2005 uma série de artigos e entrevistas em que afirma
que o custo de bilhões de dólares causados por falhas na rede impedem a
inovação, ameaçam a segurança dos países e limitam o uso da web como
meio de comunicação àqueles que têm muito dinheiro para gastar.
Par a analisar a nova, inesperada e preocupante conjuntura que a web vive hoje, a Folha entrevistou seu criador, que hoje é diretor do Google
-Vinton Cerf. Para ele, a internet não corre risco de "quebrar", mas precisa evoluir para combater a maior ameaça, que são as invasões ao sistema. Já
para o professor de comunicação da Universidade da Califórnia John Battelle (leia entrevista na página 6), o Google se ajustou às regras do mercado ao
se autocensurar, mas corre o risco de ter sua imagem arranhada.
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