São Paulo, domingo, 29 de março de 2009

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+Poema

Sem título

RÉGIS BONVICINO

Enforcaram um gravatá
Injetaram inseticida numa sanã-cinza
Trucidaram onças-pintadas
Principalmente suas fábulas
Queimaram verbascos
Pelo temor da proliferação de suas palavras
Extirparam as cordas vocais de um tatac
Sugaram todos os sangues-de-dragão
Verniz para as mesas de business
Mataram ingás por vingança
Explodiram uma borboleta em pleno voo
Vararam de balas
Fuzis disfarçados de átropas
Um pseudoescorpião, um rabo-de-palha
E um chupa-dente-de-máscara
Roubaram o copirraite
De uma formiga
Patentearam seu spixii
Para games do second life
Metralhe agora
O conteúdo off-line


RÉGIS BONVICINO é poeta, diretor da revista eletrônica "Sibila" (sibila.com.br)



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