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A velha senhora
Extinção dos cursos de estudos da mulher, moda acadêmica 20 anos atrás, causa apreensão no Reino Unido
NINA LAKHANI
Os estudos da mulher, que ganharam destaque em
razão do movimento feminista
nos anos 60, desaparecerão dos
cursos de graduação em universidades britânicas no final
deste ano letivo.
A perda de interesse pelo tema significa que os últimos 12
alunos de estudos da mulher se
formarão em julho pela Universidade Metropolitana de
Londres.
As universidades que ofereciam esses cursos, desenvolvidos no pico da segunda onda do
movimento pela defesa dos direitos da mulher, atraíram centenas de estudantes no final
dos anos 80 e começo dos 90.
Mas o clima nos campi mudou.
Seu pior inimigo
Esses cursos teriam se tornado irrelevantes para o mundo
moderno ou a busca pela igualdade teria saído da academia e
ganho palco mais amplo? Seus
críticos argumentam que ele
mesmo era seu pior inimigo,
por ter continuado aprisionado
no movimento feminista dos
anos 70 enquanto as mulheres
e a sociedade avançavam.
"As sociedades britânica e
norte-americana já não são
mais "hegemonias masculinas"
patriarcais e opressivas. Mas a
maior parte dos departamentos de estudos da mulher baseiam sua existência na suposição de que a posição da mulher está sob ataque no Ocidente.
Quanta bobagem", diz a pesquisadora Christina Hoff Sommers, autora de "Who Stole Feminism?" [Quem Roubou o Feminismo?].
Outros acreditam que as mulheres mais jovens tenham evitado os estudos do feminismo
porque preferem se dedicar a
diplomas que conduzam mais
diretamente a empregos.
As pessoas que lamentem a
extinção da graduação em estudos da mulher podem se reanimar: muitas questões de sexo e
igualdade são hoje temas de
cursos universitários mais tradicionais, de sociologia e direito a história e inglês.
Vanguarda
Mary Evans, pesquisadora
visitante da London School of
Economics, afirma que "o final
do curso não representa o fim
de uma era: as idéias e a literatura feminista estão mais vivas
do que nunca, mas a estrutura
institucional sob a qual são lecionadas mudou".
Dado que a graduação em estudos da mulher vem prosperando em diversos países, como
Índia e Irã, a decisão de eliminar o curso no Reino Unido
surpreendeu muita gente.
Haleh Afshar, professora de
política e estudos da mulher na
Universidade de York, disse
que "no último quarto de século, as pesquisadoras de estudos
da mulher estiveram na vanguarda de novos e fortes trabalhos, que, além de concederem
posição central à mulher, também ecoaram em toda a vida
acadêmica. Estou desolada pelo fato de a universidade ter decidido extinguir o curso".
A íntegra deste texto saiu no "Independent".
Tradução de Paulo Migliacci .
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