São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006

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Biblioteca básica

Moby Dick

MUNIZ SODRÉ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Na verdade, não tenho um único livro preferido, mas, se essa pergunta se levanta a propósito de ficção, por exemplo, "Moby Dick" me vem logo à cabeça. Eu o li pela primeira vez na adolescência, antes de poder desfrutar das sutilezas de Machado de Assis. Acho que Melville faz o destino aparecer no silêncio de Deus, como a motivação implacável por trás da vontade humana. A grande baleia caçada pelo capitão Ahab aponta para a experiência do mal, portanto, para um certo terror moral diante de um real desconhecido. Juntamente com isso, a aventura e a ação.
Não sei de fato se é o meu preferido, mas penso que "Moby Dick" é o maior romance norte-americano -e vejam bem que Nathaniel Hawthorne (1804-1864) e Malcolm Lowry (1909-1957) são gigantes da narrativa. Creio que a obra de Melville pode ter me chamado a atenção para a importância da idéia de destino, ao lado da idéia de história, e de algum modo consolidado o meu gosto pela literatura de ação.


Muniz Sodré é presidente da Fundação Biblioteca Nacional.

A obra
"Moby Dick", de Herman Melville. Tradução de Berenice Xavier. 416 págs., R$ 16,90. Ediouro (r. Nova Jerusalém, 345, Bonsucesso, CEP 21042-230, Rio de Janeiro, RJ, tel. 0/xx/21/3882-8200).


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